Aparentemente, um Mundo Só Meu à vossa disposição e à dos vossos sentidos quaisquer que sejam eles
31.10.07
Our Song
Ever since I saw you
I want to hold you
Like you were the one
It sees right through me
A bullet it comes and takes me
And I love you I love you
I want you but I fear you
Who are u?
Who are u?
Ever since I saw you
I want to hold you
Like you were the one
Your feet rest on my shoes
I sing this song for you
Just to see you smile
And I love you I love you
I love you but I fear you
Who are u?
Who are u?
For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?
For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?
And I love you I love you
I want you but I fear you
Who are u?
who are you?(x4)
For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?
For how long
How strong do I still have to be?
26.10.07
Lovelight
Como se fora um outro dia, um outro raiar de luz que entra sem convite pela janela que me ilumina o quarto onde eu, inerte e indiferente tão pacatamente descansava o corpo
só me faltava isto agora e a luz a fazer-se sentir
abre os olhos abre os olhos
não querendo nem procurando abrir se nem deles sei, como se me pudesse mortalmente ferir a intensidade, o brilho, o queimar nos olhos e eu sensaborão ali pousado
ainda inerte
por milhares de anos que vivesse talvez nunca entendesse como estas coisas acontecem
direitas ao peito um vaivém de sonhos que parecem inundar-me a cabeça e de repente sem aviso
já é dia
largo a cama sorridente por muito que o escuro em redor dos olhos dite que descanse
não quero saber
nunca foi assim nem de início e de inícios bem sei eu que sei mas não digo nem comparo
nunca foi assim
se algo se perder depois disto ao qual não dou nome tanto quanto arriscarias "isto" não sei quanto tempo levará até que a janela se abra pois farei por a fechar de forma a que cada fresta tapada
sei que existes e não era só imaginação
jamais venha incomodar a minha inerte tendência de me deixar ficar
entre o espaço que vai de fechar aos olhos e reabri-los apenas o desejo que seja tudo o que promete poder ser
que seja
só me faltava isto agora e a luz a fazer-se sentir
abre os olhos abre os olhos
não querendo nem procurando abrir se nem deles sei, como se me pudesse mortalmente ferir a intensidade, o brilho, o queimar nos olhos e eu sensaborão ali pousado
ainda inerte
por milhares de anos que vivesse talvez nunca entendesse como estas coisas acontecem
direitas ao peito um vaivém de sonhos que parecem inundar-me a cabeça e de repente sem aviso
já é dia
largo a cama sorridente por muito que o escuro em redor dos olhos dite que descanse
não quero saber
nunca foi assim nem de início e de inícios bem sei eu que sei mas não digo nem comparo
nunca foi assim
se algo se perder depois disto ao qual não dou nome tanto quanto arriscarias "isto" não sei quanto tempo levará até que a janela se abra pois farei por a fechar de forma a que cada fresta tapada
sei que existes e não era só imaginação
jamais venha incomodar a minha inerte tendência de me deixar ficar
entre o espaço que vai de fechar aos olhos e reabri-los apenas o desejo que seja tudo o que promete poder ser
que seja
24.10.07
23.10.07
Delírio na Barraca de Algodão Doce
três da madrugada
é interminável a minha boa-disposição madrugadora com o Manuca a discutir uma alternativa ao fantástico filme Fear and Loathing in Las Vegas (Delírio em Las Vegas) ao qual dei o fabuloso nome de "Delírio na Barraca de Algodão Doce"
não me disponho sequer por momentos a elaborar no enredo
dei por mim a faltarem-me toneladas nos ombros que de nenhuma outra forma que não com diversão e aquela luzinha ao fundo do túnel
chamemos-lhe compreensão
ainda vou começar o tal livro que me vai colocar - sozinho, sim - na dita esplanada de um qualquer café a escrever por horas a fio se a minha inspiração assim o entender e se ainda que para os transeuntes aparente que estou num Mundo à parte, todos eles contribuirão com algo de si para o que é meu
todos os pormenores
agradam-me, os pormenores de coisas simples e de eventualidades que ocorrem no nosso quotidiano e aos quais por vezes aparentamos dispensar qualquer momento de atenção
e volto a ouvir dizer
não tinha que ser, não era para ti
a cada vez mais sentido entendo na simplicidade das notas de um piano que não meu
e a sensação quase me leva às lágrimas de tão doce e insuspeita
porque a pureza vive assim, como nós apenas por ténues momentos
breves
nunca é tarde para se aprender a sentir o quer que seja
se um abraço ou um beijo
uma palavra amável
um sorriso
todos dados, oferecidos, sem ticket de retorno
sem exigências
obrigado por todos os sorrisos que cada um me deu
por cada palavra amável
momentos dispensados sem pedir momentos em troca
não sei que me deu se nunca deixou de me dar
esta capa sobre a qual me deito que me faz forte, distante
uma fera
deixando de parte o sentimentalismo e a entrega
como se de alguma forma entregar-me de todo me fosse ferir de morte
talvez ferisse, talvez morresse
"e uma vez era o Rei e o Bobo
separaram-se até mais ver mas não deixaram de se corresponder
uma vez era o belo e o monstro
também esses fizeram planos de nunca mais deixarem de se entender
conheço alguém de quem mal me consigo lembrar
abençoado quem tem quem de vez em quando o venha visitar
na tua mão pressinto um futuro feliz
tira o lápis da boca e escreve o que a solidão te diz"
(Obrigado ao Jorge Palma pelo restante @ Jorge Palma - Uma Vez)
é interminável a minha boa-disposição madrugadora com o Manuca a discutir uma alternativa ao fantástico filme Fear and Loathing in Las Vegas (Delírio em Las Vegas) ao qual dei o fabuloso nome de "Delírio na Barraca de Algodão Doce"
não me disponho sequer por momentos a elaborar no enredo
dei por mim a faltarem-me toneladas nos ombros que de nenhuma outra forma que não com diversão e aquela luzinha ao fundo do túnel
chamemos-lhe compreensão
ainda vou começar o tal livro que me vai colocar - sozinho, sim - na dita esplanada de um qualquer café a escrever por horas a fio se a minha inspiração assim o entender e se ainda que para os transeuntes aparente que estou num Mundo à parte, todos eles contribuirão com algo de si para o que é meu
todos os pormenores
agradam-me, os pormenores de coisas simples e de eventualidades que ocorrem no nosso quotidiano e aos quais por vezes aparentamos dispensar qualquer momento de atenção
e volto a ouvir dizer
não tinha que ser, não era para ti
a cada vez mais sentido entendo na simplicidade das notas de um piano que não meu
e a sensação quase me leva às lágrimas de tão doce e insuspeita
porque a pureza vive assim, como nós apenas por ténues momentos
breves
nunca é tarde para se aprender a sentir o quer que seja
se um abraço ou um beijo
uma palavra amável
um sorriso
todos dados, oferecidos, sem ticket de retorno
sem exigências
obrigado por todos os sorrisos que cada um me deu
por cada palavra amável
momentos dispensados sem pedir momentos em troca
não sei que me deu se nunca deixou de me dar
esta capa sobre a qual me deito que me faz forte, distante
uma fera
deixando de parte o sentimentalismo e a entrega
como se de alguma forma entregar-me de todo me fosse ferir de morte
talvez ferisse, talvez morresse
"e uma vez era o Rei e o Bobo
separaram-se até mais ver mas não deixaram de se corresponder
uma vez era o belo e o monstro
também esses fizeram planos de nunca mais deixarem de se entender
conheço alguém de quem mal me consigo lembrar
abençoado quem tem quem de vez em quando o venha visitar
na tua mão pressinto um futuro feliz
tira o lápis da boca e escreve o que a solidão te diz"
(Obrigado ao Jorge Palma pelo restante @ Jorge Palma - Uma Vez)
22.10.07
Sinónimos de Coisas Tristes ou Minorismos de Alma
Então arrumo as minhas tralhas para uma surf trip
calções de banho como se de Verão se tratasse, a toalha que já me precede não será mais um volume no(s) saco(s), a panóplia de higiene que faço questão que me siga, a vontade intensa de me fazer à água e partilhar os meus momentos com quem de jeito
mesmo que quando apenas eu próprio
sexta-feira vai ser bombástica, com o pessoal a aderir em peso àquilo que só pode ser mesmo entendido como a festa do finalíssimo do Verão
dá-me tanto gozo esta fase da minha vida que quase me ouço infantilmente a gritar
palminhas, palminhas!!
e não fora o ar incrédulo e a incrédula mania que gente parva tem que não o é e faria mesmo os saltos e os gritos e as palminhas e catalogado inequivocamente de doido varrido
maluco à beira de um esgotamento
mas não, está errado, reparem
o esgotamento efectivamente se já o tive e praticamente ninguém notou, não fora as horas e dias e semanas a fio sem querer ver ninguém e a pensar que raio de merda tinha feito à vida e, se tenho pensado um pouco mais, veria que nada do que efectivamente fiz parece ter valido a pena para ninguém
de regresso ao que sou apetece ter três palavras que não me saem porque, convenhamos, a vulgaridade é o atalho dos pequenos
dez t-shirts, quatro sweats e ainda queria comprar aquela amarela na surfshop se lá estiver e porque não estará?
a companhia de gente boa e bem-disposta a quem darei abrigo mais aos que já têm abrigo próprio garantem que este será o melhor fim-de-semana do ano sem que se tenha planeado o quer que seja que não a presença
efectivamente não estou a ser leal pois menti, ao passo que terça-feira bem cedo terei ido embora e volto sexta a Lisboa para levar o pessoal que não tiver como ir
"pelo tamanho das ondas conto não voltar"
Nota pessoal: Em relação ao que escreveste só te posso dizer "segue o que sentes", seja lá o que aches que é e independentemente das dificuldades e/ou medos que te possam impedir. Português mais simples que este não tenho..! ;)
calções de banho como se de Verão se tratasse, a toalha que já me precede não será mais um volume no(s) saco(s), a panóplia de higiene que faço questão que me siga, a vontade intensa de me fazer à água e partilhar os meus momentos com quem de jeito
mesmo que quando apenas eu próprio
sexta-feira vai ser bombástica, com o pessoal a aderir em peso àquilo que só pode ser mesmo entendido como a festa do finalíssimo do Verão
dá-me tanto gozo esta fase da minha vida que quase me ouço infantilmente a gritar
palminhas, palminhas!!
e não fora o ar incrédulo e a incrédula mania que gente parva tem que não o é e faria mesmo os saltos e os gritos e as palminhas e catalogado inequivocamente de doido varrido
maluco à beira de um esgotamento
mas não, está errado, reparem
o esgotamento efectivamente se já o tive e praticamente ninguém notou, não fora as horas e dias e semanas a fio sem querer ver ninguém e a pensar que raio de merda tinha feito à vida e, se tenho pensado um pouco mais, veria que nada do que efectivamente fiz parece ter valido a pena para ninguém
de regresso ao que sou apetece ter três palavras que não me saem porque, convenhamos, a vulgaridade é o atalho dos pequenos
dez t-shirts, quatro sweats e ainda queria comprar aquela amarela na surfshop se lá estiver e porque não estará?
a companhia de gente boa e bem-disposta a quem darei abrigo mais aos que já têm abrigo próprio garantem que este será o melhor fim-de-semana do ano sem que se tenha planeado o quer que seja que não a presença
efectivamente não estou a ser leal pois menti, ao passo que terça-feira bem cedo terei ido embora e volto sexta a Lisboa para levar o pessoal que não tiver como ir
"pelo tamanho das ondas conto não voltar"
Nota pessoal: Em relação ao que escreveste só te posso dizer "segue o que sentes", seja lá o que aches que é e independentemente das dificuldades e/ou medos que te possam impedir. Português mais simples que este não tenho..! ;)
21.10.07
Instantes
faz mais que dias ou semanas
meses
resolvi atirar-me para o fundo de um poço onde distante de toda a maléfica que percorre a face da Terra poderia ignorar todos os sons, todos os olhares, todas as memórias e dar por mim morto não enterrado
apenas morto
sempre dei por mim a pensar no termo "morte instantânea" como se por oposição existisse também um "nascimento instantâneo" como termo comparativo para uma morte súbita ou prolongada
pois bem não acredito que existam coisas instantâneas se tudo é um processo
o processo, esse
há-de em si possuir algo de instantâneo, se para isso estivermos a estabelecer um paralelo entre o estar vivo e o estar morto mas não creio que alguém esteja a morrer efectivamente durante horas
senão pelo mesmo prisma, mortos estamos todos nós e no processo "não instantâneo" de morrer
dizia eu que do fundo do poço
aquele lugar escuro onde me retirei de férias ou parte de mim
não se ouve nada que não sejam ecos
e já não há nada sagrado, pensava para comigo à medida que efectivamente via pela enésima vez o filme onde o Vince Vaughn e a Jennifer Aniston deambulam pelo que é, por tipologia, o comportamento humano masculino vs. feminino numa relação
pensava eu que era suposto serem sagradas certas tipologias, imagens, preconceitos e olhei para mim a deixar os pontos caírem no seu lugar
sou apenas humano
deixei por momentos no fundo do vil buraco de crer em bondade e em coisas puras
enquanto me deleito com a ideia de acordar mais cedo e disfrutar do meu quality time sentado ao pequeno-almoço
assim que chegado a casa vou imediatamente fazer as malas para me ir embora
guardei tudo o que tinha a guardar como se mantém um quarto intocado aguardando o regresso
no fundo o quarto empoeirado precisa de uma limpeza e eu, já gasto de aqui estar há uma semana
preciso da minha que só outras paragens me podem dar
a cada acordar o espelho dá-me tantos motivos para sorrir quanto teria para em lágrimas o desfazer com o punho e só o dia de amanhã me impede de o fazer
já basta da continuidade que dou ao sofrimento das coisas pequenas se por vezes faço outras tão belas e grandes
mas no fundo é quem eu sou
eternamente apreciador de coisas não instantâneas
mas sim das pequenas coisas que dão tom à vida
meses
resolvi atirar-me para o fundo de um poço onde distante de toda a maléfica que percorre a face da Terra poderia ignorar todos os sons, todos os olhares, todas as memórias e dar por mim morto não enterrado
apenas morto
sempre dei por mim a pensar no termo "morte instantânea" como se por oposição existisse também um "nascimento instantâneo" como termo comparativo para uma morte súbita ou prolongada
pois bem não acredito que existam coisas instantâneas se tudo é um processo
o processo, esse
há-de em si possuir algo de instantâneo, se para isso estivermos a estabelecer um paralelo entre o estar vivo e o estar morto mas não creio que alguém esteja a morrer efectivamente durante horas
senão pelo mesmo prisma, mortos estamos todos nós e no processo "não instantâneo" de morrer
dizia eu que do fundo do poço
aquele lugar escuro onde me retirei de férias ou parte de mim
não se ouve nada que não sejam ecos
e já não há nada sagrado, pensava para comigo à medida que efectivamente via pela enésima vez o filme onde o Vince Vaughn e a Jennifer Aniston deambulam pelo que é, por tipologia, o comportamento humano masculino vs. feminino numa relação
pensava eu que era suposto serem sagradas certas tipologias, imagens, preconceitos e olhei para mim a deixar os pontos caírem no seu lugar
sou apenas humano
deixei por momentos no fundo do vil buraco de crer em bondade e em coisas puras
enquanto me deleito com a ideia de acordar mais cedo e disfrutar do meu quality time sentado ao pequeno-almoço
assim que chegado a casa vou imediatamente fazer as malas para me ir embora
guardei tudo o que tinha a guardar como se mantém um quarto intocado aguardando o regresso
no fundo o quarto empoeirado precisa de uma limpeza e eu, já gasto de aqui estar há uma semana
preciso da minha que só outras paragens me podem dar
a cada acordar o espelho dá-me tantos motivos para sorrir quanto teria para em lágrimas o desfazer com o punho e só o dia de amanhã me impede de o fazer
já basta da continuidade que dou ao sofrimento das coisas pequenas se por vezes faço outras tão belas e grandes
mas no fundo é quem eu sou
eternamente apreciador de coisas não instantâneas
mas sim das pequenas coisas que dão tom à vida
20.10.07
Comigo
em breve de regresso à momentânea rotina que perdi faz anos
ao mesmo pedestal, imaculado que me aguarda
desta vez ouso resistir e evitar tornar-me aquele mesmo que já fui
sei que de certa forma, sinto eu, algo difere em mim que não me permitirá que o faça de igual forma
gostava de acreditar que sou uma pessoa melhor que apenas o tempo e as outras pessoas vão estragando
num destes dias a reparar em pormenores e é tão fácil reparar neles quando são notórias diferenças, ainda que pequenas, no sentido de provocar alguma, qualquer que seja
reacção
reagir seria para mim tão doce e tão ansiado como realizar um sonho, vencer um obstáculo ou simplesmente ser feliz
ansiado, mas impossível
não estou por momentos a dar a entender que tenho a impossibilidade de ser feliz
saboreio-a tantas vezes e já dela escrevi tantas outras que seria altamente contraditório da minha pessoa escrever tal coisa
julguei que desta feita seria diferente
ainda anseio pelo dia em que quem me diz o quanto me gosta lute valentemente por mim até ao final
até lá vou riscando todas as palavras, rasgando todas as memórias, diluíndo tantas coisas que fiz sem pedir dividendos e que hoje me parecem tão injustas e despropositadas que só me podem fazer sentir mal
o dia que é hoje
que dia é hoje?
um qualquer sábado comigo entregue aos meus pensamentos e passageiras agonias, digestões densas de tanta coisa que teria a dizer a tanta gente que só quero fazê-las desaparecer da minha vida e consequentemente da minha memória
não vos creio nem nas vossas palavras
nem são melhores que os banais, sendo efectivamente dignos do termo
banais
não queres falar? não fales
não queres dizer? não digas
não queres ver? fecha os olhos
e esquece, apenas esquece que algum dia passei pelo Mundo, que algum dia se partilhou o que seja, que se viveu o que fosse, que se foda
não acredito que chamo amigos a quem chamo se tantos que não os tenho
e tão poucos que há tão pouco tempo tão amigos são
o telefone a tocar para irmos sair, para me perguntar como estou
saudades minhas ao fim de horas
que tal uma surfada?
é que o tempo está tão bom na praia
dormiste bem? que sonhaste? comigo?
espero que sim
e eu entregue aos remoínhos de porcaria batida, de história antiga, passado nada merecedor do presente que venho a erguer e vejo-me assim
sem merecer passar mais que um dia triste por algo ou alguém
mas efectivamente destinado a ter que esquecer que algum dia tentei ser mais ou melhor
tento, mas apenas e só por mim
comigo
ao mesmo pedestal, imaculado que me aguarda
desta vez ouso resistir e evitar tornar-me aquele mesmo que já fui
sei que de certa forma, sinto eu, algo difere em mim que não me permitirá que o faça de igual forma
gostava de acreditar que sou uma pessoa melhor que apenas o tempo e as outras pessoas vão estragando
num destes dias a reparar em pormenores e é tão fácil reparar neles quando são notórias diferenças, ainda que pequenas, no sentido de provocar alguma, qualquer que seja
reacção
reagir seria para mim tão doce e tão ansiado como realizar um sonho, vencer um obstáculo ou simplesmente ser feliz
ansiado, mas impossível
não estou por momentos a dar a entender que tenho a impossibilidade de ser feliz
saboreio-a tantas vezes e já dela escrevi tantas outras que seria altamente contraditório da minha pessoa escrever tal coisa
julguei que desta feita seria diferente
ainda anseio pelo dia em que quem me diz o quanto me gosta lute valentemente por mim até ao final
até lá vou riscando todas as palavras, rasgando todas as memórias, diluíndo tantas coisas que fiz sem pedir dividendos e que hoje me parecem tão injustas e despropositadas que só me podem fazer sentir mal
o dia que é hoje
que dia é hoje?
um qualquer sábado comigo entregue aos meus pensamentos e passageiras agonias, digestões densas de tanta coisa que teria a dizer a tanta gente que só quero fazê-las desaparecer da minha vida e consequentemente da minha memória
não vos creio nem nas vossas palavras
nem são melhores que os banais, sendo efectivamente dignos do termo
banais
não queres falar? não fales
não queres dizer? não digas
não queres ver? fecha os olhos
e esquece, apenas esquece que algum dia passei pelo Mundo, que algum dia se partilhou o que seja, que se viveu o que fosse, que se foda
não acredito que chamo amigos a quem chamo se tantos que não os tenho
e tão poucos que há tão pouco tempo tão amigos são
o telefone a tocar para irmos sair, para me perguntar como estou
saudades minhas ao fim de horas
que tal uma surfada?
é que o tempo está tão bom na praia
dormiste bem? que sonhaste? comigo?
espero que sim
e eu entregue aos remoínhos de porcaria batida, de história antiga, passado nada merecedor do presente que venho a erguer e vejo-me assim
sem merecer passar mais que um dia triste por algo ou alguém
mas efectivamente destinado a ter que esquecer que algum dia tentei ser mais ou melhor
tento, mas apenas e só por mim
comigo
18.10.07
Sempre, Para Sempre
Um daqueles dias meio a esquecer
como se pudera eu esquecer-me de dias assim onde toda a vulgaridade me parece assolar por horas a fio e, incomodativa como tende a ser, afectar inevitavel e lamentavelmente o meu humor
tenho motivos de bom humor, admito
uma ou duas pessoas que me preenchem as horas, umas mortas outras vivas, que ao abrigo de cada madrugada se renovam na minha companhia renovando-me a mim e à minha vontade de sorrir e prosseguir
pudera eu escrever para todos lerem cada atitude de cada pessoa que considero vulgar e teriam um imenso texto de atitudes lamentáveis vindas de pessoas que tanta coisa disseram que, mesmo quando o diziam, só podiam ter pedestais feitos de ar
em cada nota de blues que preenche o espaço em volta, condendo cada ausência que tanto prometeu ficar, tanto daria sem falhar
os amigos são isso, disse eu vezes sem conta
provam se são amizades para a vida ou circunstanciais em momentos menos bons
como os carácteres, que há quem tenha e muita gente que não o tem de todo
esmagadora maioria
a esses, também o carácter é estar como uma rocha imensa e inerte às mais violentas ondas do Oceano, sem nunca nos largar a mão, sem nos deixar ir
valha a vida provar-nos tantas vezes certos, tantas vezes tão certeiros que, fosse a vida efectivamente um jogo, o saldo seria tremendamente positivo - ao jogo, talvez não tanto às opções
e a cada minuto de ausências, de atitudes menos boas, de coisas feitas ou por fazer há uma linha inevitável que se desenha e que afectará também ela de forma inevitável todas as atitudes do futuro, inviabilizando dessa forma qualquer passado
vem por momentos sentar-te a meu lado e conta-me o que te perturba
sabes que nunca deixarei de te ouvir
porque serei sempre como a mais imensa e inerte rocha a desafiar as mais violentas e imensas vagas do Oceano
para sempre
como se pudera eu esquecer-me de dias assim onde toda a vulgaridade me parece assolar por horas a fio e, incomodativa como tende a ser, afectar inevitavel e lamentavelmente o meu humor
tenho motivos de bom humor, admito
uma ou duas pessoas que me preenchem as horas, umas mortas outras vivas, que ao abrigo de cada madrugada se renovam na minha companhia renovando-me a mim e à minha vontade de sorrir e prosseguir
pudera eu escrever para todos lerem cada atitude de cada pessoa que considero vulgar e teriam um imenso texto de atitudes lamentáveis vindas de pessoas que tanta coisa disseram que, mesmo quando o diziam, só podiam ter pedestais feitos de ar
em cada nota de blues que preenche o espaço em volta, condendo cada ausência que tanto prometeu ficar, tanto daria sem falhar
os amigos são isso, disse eu vezes sem conta
provam se são amizades para a vida ou circunstanciais em momentos menos bons
como os carácteres, que há quem tenha e muita gente que não o tem de todo
esmagadora maioria
a esses, também o carácter é estar como uma rocha imensa e inerte às mais violentas ondas do Oceano, sem nunca nos largar a mão, sem nos deixar ir
valha a vida provar-nos tantas vezes certos, tantas vezes tão certeiros que, fosse a vida efectivamente um jogo, o saldo seria tremendamente positivo - ao jogo, talvez não tanto às opções
e a cada minuto de ausências, de atitudes menos boas, de coisas feitas ou por fazer há uma linha inevitável que se desenha e que afectará também ela de forma inevitável todas as atitudes do futuro, inviabilizando dessa forma qualquer passado
vem por momentos sentar-te a meu lado e conta-me o que te perturba
sabes que nunca deixarei de te ouvir
porque serei sempre como a mais imensa e inerte rocha a desafiar as mais violentas e imensas vagas do Oceano
para sempre
17.10.07
Preto
Enquanto escrevo isto o preto ainda está deitado lá fora encostado ao muro
não bem o preto, mas sim o que eu conhecia ser
pelo escuro, andar desfilante e olhar desafiador a todos os carros que paravam para que ele, sem interromper a sua mais que pausada marcha
atravessasse a estrada
o preto era um gato histórico aqui da rua
divertia-me imenso a sua ligeireza e calmaria
a forma como nunca o vi correr nem fugir de nada
os anos e anos que o preto tinha nem ninguém tinha bem a certeza
o pêlo preto brilhante já cheio de pelinhos brancos denunciava um gato já idoso
e as cicatrizes de lutas constantes por noites a fio a defender o que era dele e só dele há anos contra outros da sua espécie
esta noite o preto jaz ali encostado ao muro naquele que foi o último dia da sua vida
e ainda anteontem o encontrei ali à porta e lhe fiz umas festas que o deliciaram
vê-lo agora assim, entregue por completo à falta de pressa que toma qualquer vida quando esta termina, dou por mim triste ao pensar que nunca mais me divertirei com a calmaria do bichano e das longas sonecas que ele fazia imperturbável no meu quintal
hoje o preto passeia calmamente por um outro lado
sem fugir, calmamente!
não bem o preto, mas sim o que eu conhecia ser
pelo escuro, andar desfilante e olhar desafiador a todos os carros que paravam para que ele, sem interromper a sua mais que pausada marcha
atravessasse a estrada
o preto era um gato histórico aqui da rua
divertia-me imenso a sua ligeireza e calmaria
a forma como nunca o vi correr nem fugir de nada
os anos e anos que o preto tinha nem ninguém tinha bem a certeza
o pêlo preto brilhante já cheio de pelinhos brancos denunciava um gato já idoso
e as cicatrizes de lutas constantes por noites a fio a defender o que era dele e só dele há anos contra outros da sua espécie
esta noite o preto jaz ali encostado ao muro naquele que foi o último dia da sua vida
e ainda anteontem o encontrei ali à porta e lhe fiz umas festas que o deliciaram
vê-lo agora assim, entregue por completo à falta de pressa que toma qualquer vida quando esta termina, dou por mim triste ao pensar que nunca mais me divertirei com a calmaria do bichano e das longas sonecas que ele fazia imperturbável no meu quintal
hoje o preto passeia calmamente por um outro lado
sem fugir, calmamente!
Me 07
Me, you see?
26 and still me, still here, some blue moons, mostly free
beautiful women around, my own sky, I walk the ground
feeling used and abused, not missed or bruised, I'm here to be found
old adventures that sucked too much life
picked up the phone and not even a line
days go by and where nights come to die
I think of you all, your way is a lie
so to all you who shared my space and time
I drop you this final line
I'm better off without you, ever and better, I'm fine
26 and still me, still here, some blue moons, mostly free
beautiful women around, my own sky, I walk the ground
feeling used and abused, not missed or bruised, I'm here to be found
old adventures that sucked too much life
picked up the phone and not even a line
days go by and where nights come to die
I think of you all, your way is a lie
so to all you who shared my space and time
I drop you this final line
I'm better off without you, ever and better, I'm fine
16.10.07
15.10.07
Estes Fins-de-Semana..
Olha que chatice, voltou a segunda-feira
um fim-de-semana produtivo se contarmos com a tendência de ter contrariado a minha vontade de não surfar a um sábado e efectivamente ter-me feito à água procurando entre a multidão o melhor spot possível para uma boa onda
consegui
desta vez, aquela que seria votada "a melhor onda do mês"
sem conseguir entrar em comparações - impossíveis - acerca de sensações ou das dimensões intimidantes da dita senhora onda, basta dizer que a sensação foi a de voar através dela com toda a agressividade que uma imensa força daquelas pode trazer
os estrangeiros na praia tiraram fotos que estive quase tentado a pedir para me enviarem por e-mail e alguns aplaudiram a audácia do "puto"
já tenho uma alcunha de surfer, mas não a partilho
seria imensamente imodesto da minha parte usar orgulhosamente uma alcunha tal que creio estar ainda longe de conseguir fazer brilhar
entre o pessoal no outside uns putos que apanharam a minha onda de início mas não tiveram coragem ou feeling para se fazerem a ela
gestos de "altamente" e "yuhuuuu's" à mistura foram a minha banda sonora por entre o trovejar da dita senhora
já quase chegado ao areal - afinal de contas uma senhora onda é para ser levada até ao fim da coisa - o meu sorriso rasgado e uma sensação de absoluta felicidade
tinha conquistado a maior onda do dia, onde imensos surfistas tinham caído sem dó nem piedade
mais, fi-lo com a garra que me restava e uma extrema confiança de quem, ao que parece, não estava com medo de morrer! eheh
voltei ao outside, o que estava a ser uma dura batalha para todos com uma rebentação tão forte para aguardar outra enorme e tentar repetir o brilharete
lá veio
remei, remei com toda a força que me restava e efectivamente o lançamento foi perfeito
feito o stand-up a prancha cedeu um pouco
tinha o pé da frente demasiado à direita
tentei corrigir
bem dito, tentei
na tentativa, a prancha levou um pequeno safanão e o pé que devia ter aterrado no centro acabou por aterrar sim na água que me passava por baixo dos pés a uma intensa velocidade
se há arte em cair e pontos houvesse pela melhor queda da minha vida, esta ganharia nota quase máxima só comparável à vez em que a descer um morro a correr, o pé tropeçou num ramo e eu voei literalmente uns metros para aterrar de mãos no chão
desta vez aterrei de boca e uma chapa brutal na zona abdominal
vim ao de cimo em parte frustrado por ter falhado mais uma onda excelente, em parte a rir-me sozinho do impacto que sofri
o que eu chamaria um boneco de pano numa máquina de lavar
o Johnny Feathers lá apareceu - Hey Johnny!! Eu sei que estás a ler!! :P
vou apenas dizer que foi um momento heróico Johnny
a fazer lembrar o Vietname, o camarada tombado que é levado quase em braços pelo outro camarada que não o deixa para trás
mas da próxima vez és isco para os peixinhos
valha a sorte do JF ser um óptimo conversador e um tipo seis estrelas, pelo que não seria conveniente tê-lo como isco de peixe
afinal de contas quem explicaria à família - prima incluída - que o pobre diabo teria sido deixado à sua sorte (ou azar?! e que azar!) no outside assim sem dó nem perdão?
apesar do infortúnio, não deixou de ser um dia altamente e mais uma estadia no BLL em grande, pelo que será de prever o meu regresso para muito, muito mas mesmo muito breve
13.10.07
Marés
Hora de almoço
bem, hora de almoço para a larga maioria de veraneantes de fim-de-semana entre os quais os meus mal-amados "surfistas de fim-de-semana"
hoje dezasseis alunos na surfschool - um abuso!
e as ondas tão tímidas
ontem um dia em cheio
quatro horas e meia de surf, dezenas de ondas seguidas, alguns tralhos dignos de um vídeo de comédia e eu contente. Gasto, mas contente - feliz, à falta de melhor termo.
Não saí.
Aparentemente continua a existir uma certa dificuldade entre as minhas vontades, as pessoas que conheço e as condicionantes práticas da falta de dignidade e respeito que algumas, muito poucas pessoas demonstram por mim. Será natural excluí-las agressivamente da minha área de interesse sem hipóteses de retorno.
Ainda a matutar nas palavras do Cintra e nas semelhanças com o passado
se é dito que as histórias se repetem apenas com alguns toques de malvadez, cada vez mais estou certo que sim, que é efectivamente verdade
e se porventura estou tão mais aberto, sereno e social, por outro estou menos dado, tão menos dado que nem faço intenções de dar o que seja que não dois dedos de conversa
nem um café, sendo noventa porcento dos cafés aquilo que se entende por uma entrevista pré-coito
(ahahah)
Ainda a ver o ondular no nose, olhos fixos na Berlenga que parece tão mais próxima aqui ao fundo em casa do que lá em baixo na água - mera ilusão de óptica, mas fascinante
ao lado o Sol que já se punha a apontar às costas da dita ilhota e mais uma vez serenoo, absolutamente
como se mais nada importasse nem ninguém mais existisse
aguardando o próximo set, não espero por mais nada
cansei de esperar, por vezes de desesperar mas a maré encheu e voltou a descer
levou tudo
menos a mim e a tudo o que eu, efectivamente e renovadamente
sou
bem, hora de almoço para a larga maioria de veraneantes de fim-de-semana entre os quais os meus mal-amados "surfistas de fim-de-semana"
hoje dezasseis alunos na surfschool - um abuso!
e as ondas tão tímidas
ontem um dia em cheio
quatro horas e meia de surf, dezenas de ondas seguidas, alguns tralhos dignos de um vídeo de comédia e eu contente. Gasto, mas contente - feliz, à falta de melhor termo.
Não saí.
Aparentemente continua a existir uma certa dificuldade entre as minhas vontades, as pessoas que conheço e as condicionantes práticas da falta de dignidade e respeito que algumas, muito poucas pessoas demonstram por mim. Será natural excluí-las agressivamente da minha área de interesse sem hipóteses de retorno.
Ainda a matutar nas palavras do Cintra e nas semelhanças com o passado
se é dito que as histórias se repetem apenas com alguns toques de malvadez, cada vez mais estou certo que sim, que é efectivamente verdade
e se porventura estou tão mais aberto, sereno e social, por outro estou menos dado, tão menos dado que nem faço intenções de dar o que seja que não dois dedos de conversa
nem um café, sendo noventa porcento dos cafés aquilo que se entende por uma entrevista pré-coito
(ahahah)
Ainda a ver o ondular no nose, olhos fixos na Berlenga que parece tão mais próxima aqui ao fundo em casa do que lá em baixo na água - mera ilusão de óptica, mas fascinante
ao lado o Sol que já se punha a apontar às costas da dita ilhota e mais uma vez serenoo, absolutamente
como se mais nada importasse nem ninguém mais existisse
aguardando o próximo set, não espero por mais nada
cansei de esperar, por vezes de desesperar mas a maré encheu e voltou a descer
levou tudo
menos a mim e a tudo o que eu, efectivamente e renovadamente
sou
12.10.07
The Following Chapter
Dez da manhã
podia começar por ontem
manhã cedo o acordar, marchar até à praia apenas com umas bolachinhas no estômago para aguentar a manhã puxada
a água fria
um bodyboarder cortou a prancha e fomos dropinados
sorte minha, ileso
azar dele, levou com a minha prancha na cabeça
há males maiores - ele estava a pedi-las!
o fim de tarde deu fotos fantásticas, nenhuma delas postada aqui hoje e ondas semi-fantásticas
a prancha nova em fibra, brilhante e espampanante como a minha atitude positiva deu finalmente cartas e não tem comparação com as anteriores
veloz, agressiva, manobrável, com alma própria
um pouco como eu
Falei com o Luís ontem
ironia como se caem em situações tão similares no que diz respeito à hipocrisia e pequenez dos outros
com todos os defeitos, é bom saber que tenho bons amigos
e boas oportunidades de amigos, como quem diz que todas as pessoas que têm surgido parecem ter algo de bom nelas para dar
Passam já das onze
podia divagar acerca das minhas manhãs, tardes e noites por mais umas linhas mas
há coisas que não merecem a pena ser ditas e se guardam à parte
vou para o verde
podia começar por ontem
manhã cedo o acordar, marchar até à praia apenas com umas bolachinhas no estômago para aguentar a manhã puxada
a água fria
um bodyboarder cortou a prancha e fomos dropinados
sorte minha, ileso
azar dele, levou com a minha prancha na cabeça
há males maiores - ele estava a pedi-las!
o fim de tarde deu fotos fantásticas, nenhuma delas postada aqui hoje e ondas semi-fantásticas
a prancha nova em fibra, brilhante e espampanante como a minha atitude positiva deu finalmente cartas e não tem comparação com as anteriores
veloz, agressiva, manobrável, com alma própria
um pouco como eu
Falei com o Luís ontem
ironia como se caem em situações tão similares no que diz respeito à hipocrisia e pequenez dos outros
com todos os defeitos, é bom saber que tenho bons amigos
e boas oportunidades de amigos, como quem diz que todas as pessoas que têm surgido parecem ter algo de bom nelas para dar
Passam já das onze
podia divagar acerca das minhas manhãs, tardes e noites por mais umas linhas mas
há coisas que não merecem a pena ser ditas e se guardam à parte
vou para o verde
8.10.07
Daqui a Pouco
Afinal o que é que fica?
entre ecos de um Passado recente ou mesmo daquele que fica bem lá atrás, entre as coisas que mudam nos entretantos e dentro de nós
no meio dessas circunstâncias de andar para a frente, trocas de amores, trocas de amizades, de lugares, de experiências, de perspectivas, de aprendizagens, de visões, de sonhos, de coisas e pessoas irrecuperáveis
afinal, o que é que fica?
podia jurar aqui sentado e a pés juntos que já me senti completamente preenchido em momentos que consigo precisar com ínfimo detalhe e ainda assim por culpa que não apenas minha, não consigo dizer o que fica
essa essência, esse "que resta em nós" de algo ou alguém e o qual é provado e respondido apenas por um único factor
o tempo
resta explicar a meio Mundo o quão relativo é esse tempo
que efectivamente amanhã muda tudo e que é tarde demais para tantas coisas que adiamos dia após dia
não temos dia após dia
tudo o que temos é o hoje e o agora
daqui a pouco?
bem, daqui a pouco se verá
entre ecos de um Passado recente ou mesmo daquele que fica bem lá atrás, entre as coisas que mudam nos entretantos e dentro de nós
no meio dessas circunstâncias de andar para a frente, trocas de amores, trocas de amizades, de lugares, de experiências, de perspectivas, de aprendizagens, de visões, de sonhos, de coisas e pessoas irrecuperáveis
afinal, o que é que fica?
podia jurar aqui sentado e a pés juntos que já me senti completamente preenchido em momentos que consigo precisar com ínfimo detalhe e ainda assim por culpa que não apenas minha, não consigo dizer o que fica
essa essência, esse "que resta em nós" de algo ou alguém e o qual é provado e respondido apenas por um único factor
o tempo
resta explicar a meio Mundo o quão relativo é esse tempo
que efectivamente amanhã muda tudo e que é tarde demais para tantas coisas que adiamos dia após dia
não temos dia após dia
tudo o que temos é o hoje e o agora
daqui a pouco?
bem, daqui a pouco se verá
7.10.07
30 Ideias, 30 Motivos
Termino a minha noite com o meu trigésimo texto ainda que esteja certo que em um ou dois posts não escrevi nada, apenas coloquei algo escrito por outrém
entenda-se os vídeos de música
Em tanto tempo há muito que não me sentia tão sereno e clarividente
como se de alguma forma toda a serenidade e capacidade de ver as coisas como elas são e podem efectivamente ser me tivesse assolado por momentos não mas sim por tempo constante
ontem o acordar bem cedo
três pessoas na praia e eu uma delas
a minha sombra projectada pelo tímido Sol matinal gigante, eu gigante e a sentir-me como tal, com tanta coisa para dar de volta e dizer a toda a gente o quanto os adoro
mais sereno, sem dúvida
o caminho para casa sem abusos, sem exageros
vontade de conversar, mas hoje não deu tempo ainda que tivesse todo o tempo para fazer o que quisesse dele
ontem sem vontade de sair, recusar convites e manter conversas amenas com pessoas de quem gosto e que me fazem sentir bem comigo mesmo sem me exigirem nada que uns dedos de conversa
assim gosto, porque sou eu, verdaeira e efectivamente eu
lembrei-me de cem coisas que não digo e outras duzentas que posso partilhar
a primeira noite que passei em Faro, perfumes e seus pertencentes, noites de litronas de vodka ananás ou bacardi lemon com sumo de maçã, conversas entre amigos no meio do mato às quatro da manhã, o nascer do sol num pântano a falar de coisas tristes, noites de praia com a guitarra atrás, tardes de Verão no Ancão, na Quinta do Lago, em Vale do Lobo
beijos, abraços, mãos dadas, olhares, risos, sorrisos, gargalhadas, momentos hilariantes, vozes roucas, acordares, pequenos-almoços, banhos e duches, fazer amor
e nunca esquecer, jamais esquecer
esta serenidade que é a certeza de ter vivido tanta coisa e ter tanto prazer em estar vivo
entenda-se os vídeos de música
Em tanto tempo há muito que não me sentia tão sereno e clarividente
como se de alguma forma toda a serenidade e capacidade de ver as coisas como elas são e podem efectivamente ser me tivesse assolado por momentos não mas sim por tempo constante
ontem o acordar bem cedo
três pessoas na praia e eu uma delas
a minha sombra projectada pelo tímido Sol matinal gigante, eu gigante e a sentir-me como tal, com tanta coisa para dar de volta e dizer a toda a gente o quanto os adoro
mais sereno, sem dúvida
o caminho para casa sem abusos, sem exageros
vontade de conversar, mas hoje não deu tempo ainda que tivesse todo o tempo para fazer o que quisesse dele
ontem sem vontade de sair, recusar convites e manter conversas amenas com pessoas de quem gosto e que me fazem sentir bem comigo mesmo sem me exigirem nada que uns dedos de conversa
assim gosto, porque sou eu, verdaeira e efectivamente eu
lembrei-me de cem coisas que não digo e outras duzentas que posso partilhar
a primeira noite que passei em Faro, perfumes e seus pertencentes, noites de litronas de vodka ananás ou bacardi lemon com sumo de maçã, conversas entre amigos no meio do mato às quatro da manhã, o nascer do sol num pântano a falar de coisas tristes, noites de praia com a guitarra atrás, tardes de Verão no Ancão, na Quinta do Lago, em Vale do Lobo
beijos, abraços, mãos dadas, olhares, risos, sorrisos, gargalhadas, momentos hilariantes, vozes roucas, acordares, pequenos-almoços, banhos e duches, fazer amor
e nunca esquecer, jamais esquecer
esta serenidade que é a certeza de ter vivido tanta coisa e ter tanto prazer em estar vivo
5.10.07
Green Friday
Sexta-feira
amanheci antes das oito
sete e cinquenta, sem despertador
abri os olhos e era de dia bem cedo, senti
o André apagou-se no sofá
durmo só uma hora e depois bazo disse ele ingénuo enquanto eu me ria sabendo de antemão a impossibilidade de tal situação ser efectivamente como ele ditava
resultado eram quase oito da manhã e eu já com a taça de corn flakes na mão ria-me e dava-lhe os bons dias com o ar sacanóide de quem sabe que o desgraçado vai trabalhar e só lhe resta invejar-nos o diazinho de praia entre ondas
Ainda não eram nove e já eu à porta do bar da praia que ainda
só abrimos às nove
e faltavam dez minutos portanto fui-me passear pelo areal, a vislumbrar um pequenote tubo que se fazia notar enquanto apenas dois rastejantes se faziam à onda
sentei-me calmamente a beber o meu café porque já passava das nove e apenas duas pessoas
a senhora que fuma quinze cigarros por dia em horas marcadas e que não consegue largar o vício
como a entendo, digo experimente acupunctura
e ela pouco convencida porque no fundo problemas de saúde não faltam mas não consegue deixar de fumar
e fico pensativo no quanto nos deixamos ser reféns de tudo menos de algo que de bom na vida
Dez e pouco e eu já na praia
começa-se a fazer notar o facto de ser feriado com os tipos que se começam a amontoar na Baía e eu que fico mais ao lado já sei que vai ser uma manhã difícil mas faço a primeira onda sem chatices
desde que a primeira onda saia bem ou melhor que bem, a confiança não se quebra e o dia corre melhor, mesmo que sejamos dropinados as dez vezes seguintes..
mudei de costa e fui para o cantinho
apanhei a melhor onda da semana, sem exageros que parecia interminável com a crista no ponto certo comigo e segui-a rasgando à esquerda até à beirinha da praia e pensei
já chega, melhor que esta não vai haver
e não houve, ainda que me tenha perdido por mais perto de uma hora dentro de água à espera dum milagre semelhante
Sexta-feira
amanheci antes das oito
sete e cinquenta, sem despertador
abri os olhos e era de dia bem cedo, senti
o André apagou-se no sofá
durmo só uma hora e depois bazo disse ele ingénuo enquanto eu me ria sabendo de antemão a impossibilidade de tal situação ser efectivamente como ele ditava
resultado eram quase oito da manhã e eu já com a taça de corn flakes na mão ria-me e dava-lhe os bons dias com o ar sacanóide de quem sabe que o desgraçado vai trabalhar e só lhe resta invejar-nos o diazinho de praia entre ondas
Ainda não eram nove e já eu à porta do bar da praia que ainda
só abrimos às nove
e faltavam dez minutos portanto fui-me passear pelo areal, a vislumbrar um pequenote tubo que se fazia notar enquanto apenas dois rastejantes se faziam à onda
sentei-me calmamente a beber o meu café porque já passava das nove e apenas duas pessoas
a senhora que fuma quinze cigarros por dia em horas marcadas e que não consegue largar o vício
como a entendo, digo experimente acupunctura
e ela pouco convencida porque no fundo problemas de saúde não faltam mas não consegue deixar de fumar
e fico pensativo no quanto nos deixamos ser reféns de tudo menos de algo que de bom na vida
Dez e pouco e eu já na praia
começa-se a fazer notar o facto de ser feriado com os tipos que se começam a amontoar na Baía e eu que fico mais ao lado já sei que vai ser uma manhã difícil mas faço a primeira onda sem chatices
desde que a primeira onda saia bem ou melhor que bem, a confiança não se quebra e o dia corre melhor, mesmo que sejamos dropinados as dez vezes seguintes..
mudei de costa e fui para o cantinho
apanhei a melhor onda da semana, sem exageros que parecia interminável com a crista no ponto certo comigo e segui-a rasgando à esquerda até à beirinha da praia e pensei
já chega, melhor que esta não vai haver
e não houve, ainda que me tenha perdido por mais perto de uma hora dentro de água à espera dum milagre semelhante
Sexta-feira
4.10.07
São quase dezasseis horas
entre o céu azul que entrou no dia envergonhado e os músculos doridos que se denunciaram ao acordar e me deram a certeza que estaria bem melhor deitado de manhã que a ir enfrentar as ondas, deleito-me mais uma vez com a imagem do pôr-do-sol de ontem
um dia que inteiramente se fez sentir nublado e com várias ameaças de chuva melhorou consideravelmente no momento em que o Sol se resolveu pôr do outro lado do Mundo
por momentos desejei imenso ter uma máquina digital comigo para apanhar aquela simbiose de mão no Oceano, horizonte em Peniche e o Sol vermelho e gigante a deitar-se por detrás de todo aquele cenário
por momentos desejei estar em boa companhia para partilhar o momento, mas dei por mim feliz, simplesmente feliz por estar certo que momentos assim dispensam qualquer companhia que seja e ainda assim serem imensos
sorri
os meus "colegas" de surfada deleitaram-se, também eles por momentos, no fantástico cenário que se vislumbrava, certo estava eu que lhes teria passado despercebido não fosse eu ter ignorado dois sets completos para me deleitar com algo tão simples e, ao mesmo tempo, tão belo
enquanto aquela lenta valsa progredia, dei por mim a pensar que nem Monet conseguiu captar toda aquela essência, notoriamente demasiada para qualquer tela, para qualquer fotografia ou qualquer interpretação que não a dos nossos olhos e, bem mais importante e preenchedora, do nosso ser
entre o céu azul que entrou no dia envergonhado e os músculos doridos que se denunciaram ao acordar e me deram a certeza que estaria bem melhor deitado de manhã que a ir enfrentar as ondas, deleito-me mais uma vez com a imagem do pôr-do-sol de ontem
um dia que inteiramente se fez sentir nublado e com várias ameaças de chuva melhorou consideravelmente no momento em que o Sol se resolveu pôr do outro lado do Mundo
por momentos desejei imenso ter uma máquina digital comigo para apanhar aquela simbiose de mão no Oceano, horizonte em Peniche e o Sol vermelho e gigante a deitar-se por detrás de todo aquele cenário
por momentos desejei estar em boa companhia para partilhar o momento, mas dei por mim feliz, simplesmente feliz por estar certo que momentos assim dispensam qualquer companhia que seja e ainda assim serem imensos
sorri
os meus "colegas" de surfada deleitaram-se, também eles por momentos, no fantástico cenário que se vislumbrava, certo estava eu que lhes teria passado despercebido não fosse eu ter ignorado dois sets completos para me deleitar com algo tão simples e, ao mesmo tempo, tão belo
enquanto aquela lenta valsa progredia, dei por mim a pensar que nem Monet conseguiu captar toda aquela essência, notoriamente demasiada para qualquer tela, para qualquer fotografia ou qualquer interpretação que não a dos nossos olhos e, bem mais importante e preenchedora, do nosso ser
3.10.07
Hoje
Hoje não, ainda ontem.
Ontem chegado à tarde.
Trovejar, chuva torrencial. Vesti o fato, peguei na prancha.
Chegado à praia com um grupinho com quem confraternizei - irónicamente sem lhes perguntar de onde eram, certo que seriam Nórdicos - só três pessoas na água.
Eram quatro da tarde
menos gente, mais gaivotas em terra e aqueles pequenotes que andam alucinadamente pelo areal fora
por momentos saudades do Verão, mas quase emocionado com a beleza de ver os raios caírem no horizonte e as gotas de chuva na água ao meu lado.
Surfei no verde, com a mão em câmara lenta a fazer-me uno com a onda que me levava, o rasto de água como que desfilando ao toque dos meus dedos e soube
sou feliz!
não obstante a frustração de ter falhado imensas outras boas ondas, de não estar ao nível de alguns "pros" que faziam o que queriam das mesmas, não pude deixar de estar imensamente satisfeito
fim de tarde e as nuvens a abrirem para darem lugar ao palco do pôr-do-sol
sempre o mesmo, sempre novo, sempre dado a suspiros e sempre incerto se o voltaremos a ver
Hoje nada de chuva
dia de sol a lembrar aqueles dias quentes de Setembro com a excepção de nenhum salva-vidas, nenhuma toalha de gente a apanhar sol, de crianças a brincar à beira da água e de uma praia cheia de gente
agora que o Verão morreu para todos menos para os que tenham o privilégio de viver o mar intensamente, a praia é só nossa pelas horas que quisermos
estaremos sempre dependentes dele, o mar
mas certamente que independentes entre nós nos continuaremos a divertir com o passar da mão pela próxima onda como se de uma íntima carícia se tratasse e de todos os momentos que passamos entre ondas, entre sets, entre momentos em que mais nada importa a não ser apanhar a onda certa no momento certo
Ontem chegado à tarde.
Trovejar, chuva torrencial. Vesti o fato, peguei na prancha.
Chegado à praia com um grupinho com quem confraternizei - irónicamente sem lhes perguntar de onde eram, certo que seriam Nórdicos - só três pessoas na água.
Eram quatro da tarde
menos gente, mais gaivotas em terra e aqueles pequenotes que andam alucinadamente pelo areal fora
por momentos saudades do Verão, mas quase emocionado com a beleza de ver os raios caírem no horizonte e as gotas de chuva na água ao meu lado.
Surfei no verde, com a mão em câmara lenta a fazer-me uno com a onda que me levava, o rasto de água como que desfilando ao toque dos meus dedos e soube
sou feliz!
não obstante a frustração de ter falhado imensas outras boas ondas, de não estar ao nível de alguns "pros" que faziam o que queriam das mesmas, não pude deixar de estar imensamente satisfeito
fim de tarde e as nuvens a abrirem para darem lugar ao palco do pôr-do-sol
sempre o mesmo, sempre novo, sempre dado a suspiros e sempre incerto se o voltaremos a ver
Hoje nada de chuva
dia de sol a lembrar aqueles dias quentes de Setembro com a excepção de nenhum salva-vidas, nenhuma toalha de gente a apanhar sol, de crianças a brincar à beira da água e de uma praia cheia de gente
agora que o Verão morreu para todos menos para os que tenham o privilégio de viver o mar intensamente, a praia é só nossa pelas horas que quisermos
estaremos sempre dependentes dele, o mar
mas certamente que independentes entre nós nos continuaremos a divertir com o passar da mão pela próxima onda como se de uma íntima carícia se tratasse e de todos os momentos que passamos entre ondas, entre sets, entre momentos em que mais nada importa a não ser apanhar a onda certa no momento certo
2.10.07
Amanhã
A horas de me ir embora
esta tarde sentado ao ar livre enquanto almoçava e as miúdas em volta
sorrisos
três chegaram e sem qualquer ponta de discrição pela qual tenho tanto apreço grita uma
AQUI!
comentando a segunda que ela sabe muito, que a está a ver muito bem e outros clichés-tipo de comédia divina que aparecem nos mais desinteressantes momentos enquanto a terceira mantinha os olhos no chão em sorrisos de estou-te a ver, estou-te a ver
eu concentrado no hamburger em mão na coca-cola na dose diária e inadiável de cafeína e de lugares-comuns de sorrisos que não querem dizer nada em caras que são todas iguais e que não me levam a lado nenhum
já cheguei onde queria ir
levantei-me sem olhar ninguém e ignorando toda a existência em volta ainda que o barulho de conversas se tenha tornado silêncio e atirei a coca-cola já no fim para dentro do lixo
caminhei com o saco que levava na mão e julgo que certamente prestei maior atenção ao desodorizante caro que comprara minutos antes que a toda a infantilidade em volta
tocou o telemóvel hoje
mensagens a convidar para um jantar esta semana
amanhã para ser mais preciso, sendo que no dia depois do dia seguinte tenho outro convite
amanhã não vai dar, mas ainda não me dei ao incómodo que incómodo nenhum de responder
apenas na dúvida entre o socializar com os amigos e novos amigos ou se ir de encontro ao meu vício e plano maior de dias contados entre sets
amanhã acordar
atirar roupa para um saco, contar cinco dias de boxers e de vontade que não falta
contar cinco dias, talvez ficar bem mais
se como da última vez, não voltar mais sabendo que perdi lá tanto mau de mim que tinha comigo e certo que perderei o pouco que guardei em vão
valha saber-me na vida que várias pessoas dispostas a aparecer para simplesmente compartilhar tempo comigo, ainda que embarque na minha própria companhia na esmagadora maioria das horas porque só assim lhe dou o verdadeiro significado e extraio de dias assim tudo o que quero
por vezes bem mais
não me esqueço sequer do bolo de chocolate que está prometido
como se cobrasse todas as promessas e pores-do-sol com chá e bolo de chocolate divinal segundo consta está no topo da lista to do e de coisas que ainda que não inadiáveis ou não obrigatórias seria sem dúvida bastante apreciada
amanhã entre o primeiro set do dia vou afogar o restinho que restava de mim
aquele pequeno nódulo de bondade e de excepção que me suportou este tempo
amanhã ao fim da tarde darei à costa, novamente eu
sem absolutamente mais nada a provar
novamente eu
Ps. João, se não fôr amanhã ao teu jantar é por um bom motivo e teremos certamente novas oportunidades para traumatizar as futuras psicólogas do ISPA.. :P
Ps. Carol, se efectivamente quinta-feira não "der à costa", desejo-te na hora o que se deseja sempre nesses dias e lamento imenso, mas o tipo que deu à costa não conseguiu estar pronto a horas para ir ao teu jantar!! Eu sei que vais compreender! ;)
1.10.07
Areia
calo-me num canto de areia enquanto miro à distância um qualquer vulto que se passeia na minha memória
és tu
e vem-me à cabeça o aroma da maresia e vento frio a rasgar-me os lábios enquanto os olhos cansados das noites em aberto me fazem cair na serenidade a que só posso chamar
sou feliz!
e o vento que encontra sempre uma fresta na roupa que trazemos vestida, ambos de cachecol e o fim de tarde com o sol a fugir-nos por mais um dia não sei quantas vezes foi dito
tenho frio
mas sem desarmar no areal mantivemos os pés que ainda chegaram a ameaçar a água calma, serena que vinha ao pé de nós como se a cumprimentar convidando para mais uma vez se fazer sentir gélida nos pés
e subitamente um canto de areia no passado é apenas um canto de areia no passado
uma memória de outrora dias felizes e frios, devotos à simplicidade que é a serenidade e do quanto me apraz degustá-la calmamente
sem pressas
a vida levada depressa é como saborear a melhor refeição da nossa vida em cinco minutos
as coisas simples são assim, diria, deve-se tomar tempo a degustá-las
e as lições da vida, de cada vida, se uns terão enfim vida suficiente para as aprender por eles mesmos
são de que efectivamente a simplicidade é tão ténue que ora a temos na mão, ora é um monte de areia que nos escapa por entre os dedos
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