18.10.07

Sempre, Para Sempre

Um daqueles dias meio a esquecer
como se pudera eu esquecer-me de dias assim onde toda a vulgaridade me parece assolar por horas a fio e, incomodativa como tende a ser, afectar inevitavel e lamentavelmente o meu humor
tenho motivos de bom humor, admito
uma ou duas pessoas que me preenchem as horas, umas mortas outras vivas, que ao abrigo de cada madrugada se renovam na minha companhia renovando-me a mim e à minha vontade de sorrir e prosseguir
pudera eu escrever para todos lerem cada atitude de cada pessoa que considero vulgar e teriam um imenso texto de atitudes lamentáveis vindas de pessoas que tanta coisa disseram que, mesmo quando o diziam, só podiam ter pedestais feitos de ar
em cada nota de blues que preenche o espaço em volta, condendo cada ausência que tanto prometeu ficar, tanto daria sem falhar
os amigos são isso, disse eu vezes sem conta
provam se são amizades para a vida ou circunstanciais em momentos menos bons
como os carácteres, que há quem tenha e muita gente que não o tem de todo
esmagadora maioria
a esses, também o carácter é estar como uma rocha imensa e inerte às mais violentas ondas do Oceano, sem nunca nos largar a mão, sem nos deixar ir


valha a vida provar-nos tantas vezes certos, tantas vezes tão certeiros que, fosse a vida efectivamente um jogo, o saldo seria tremendamente positivo - ao jogo, talvez não tanto às opções
e a cada minuto de ausências, de atitudes menos boas, de coisas feitas ou por fazer há uma linha inevitável que se desenha e que afectará também ela de forma inevitável todas as atitudes do futuro, inviabilizando dessa forma qualquer passado
vem por momentos sentar-te a meu lado e conta-me o que te perturba
sabes que nunca deixarei de te ouvir
porque serei sempre como a mais imensa e inerte rocha a desafiar as mais violentas e imensas vagas do Oceano
para sempre

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