6.11.15

Talvez. Seja. Tempo. (To S.)

Notaste já a intemporalidade de palavras?
o vento tal incessante que sopra pelos anos não as leva, afinal
e nos meus olhos, já mais serenos, contemplando
os dias a que se assemelha a inércia, esta, que não me tem descrito
ou escrito
afinal quem escreve feliz?
será a serenidade, esta que me assola, feliz,
motivo?
será antes impedimento criativo?
nocivo
algo existe nos anos que nos escuda, menos aptos a aqui partilhar
a abrir, deixar entrar,
um je ne sais quois de generalismos que vamos vivendo,
entre nós, uns aos outros, Seres
que nos incomodamos, molestamos, enfim, maltratamos
mas resta enfim esta maior, esta grande
Serenidade
que advém da Conquista, Amor, Amizade, coisas grandes, maiores
que se conquistam com a Tal,
e a idade
um sem-fim de sorrisos afim, conjunto
um Mundo partilhado a fundo
e enfim por isso não escrevo tanto afinal, não sou só Eu
não é um Mundo que seja só Meu
é o meu Mundo
mas é Teu