27.5.11

"Never Dream of You"

But I'm your disappearing one
Vanish when the curtain's drawn
But I will come again, and you will let me in
And you'll see I never disappear for long

E sigo na onda que me arrasta o corpo,
de alma ensaiada, na distância que me separa ambas
ao que me relembra quem efectivamente vive em mim
no sangue que me corre sob a pele,
ao olhar que em tudo pousa,
em nada
falha-me ultimamente que nome dar ao que reside
debaixo de camadas de epiderme
senão humanos, o quer que algum dia um alguém lhes disse
palavra
sem senso às coisas,
parece que se passaram existências,
vidas
de tudo o que um dia conhecemos e dos cheiros, das presenças e do calor
mas não, ao fim que não lhe reservo bem
não me resta senão pensar que sim
só pode
que sim
melhor

e pelo menos com isso sonho noites a fio como se nunca sem fim,
como se o entretanto fosse antes o que levo acordado
a pensar que pelo menos na noite sim
encontro-te sem querer, sem pensar
só como sentir

22.5.11

"There's only what you do. And what you don't!"

Há apenas,
os entretantos, o que nos liga à vida e aos lugares
há apenas o que sentimos e o que nos move,
o tempo que falta entre o agora e o próximo grande evento da nossa vida
o que abraçamos e o que deixamos para trás
existe apenas um punhado de palavras, sem clichés
que a tais não sou dado
desisti de explicar até que ponto sou
um loner
por todas as opções, por todos os motivos, por natureza
ou talvez por vezes mil questionar a mesma natureza dos demais
com mil exemplos dados para dar
todos os quais porque não
convenhamos,
até que ponto pode ser enorme a esperança de um Ser?
é a esperança do mesmo contra o Mundo,
indubitavelmente intemporal,
ou melhor,
enquanto se dura
o Mundo e a vida seremos sempre nós e uns poucos contra o resto,
porque se de acordo com todos e sempre sem uns poucos,
falhámos
e o Mundo ganhou, moldando-nos ao que é e não ao que somos,
dispensados de alma, carácter
vencidos de alguma forma
sem ter algo que interligue tudo isto,
que somos e seremos
enquanto se dura!

..e nisto restam-me dez dias de Reino Unido. Dez dias de três bons amigos, de comodismos e conformismos, restam-me dez dias de coisas que odeio e de outras a que me habituei. Restam-me dias cómodos e bem aproveitados. E mal. Porque os entretantos são assim, saboreados, como existe sempre ontem e como se espera existir sempre amanhã.

15.5.11

On The Move

On the move,
Como se o corpo eternamente jovem,
a acompanhar a alma que lhe dá ritmo
acordado horas,
vinte e três por dia,
descanso minimalista,
círculos em volta dos olhos e que importa,
se ninguém se importa
aproveitar cada instante, guardar cada momento, adiante
ainda estou em crer que em todos os meus defeitos reside o maior,
o de ser imensamente Humano,
nesta compaixão que me assola e me alheia dos restantes,
mesmo na hora mais resumida,
mais louca e alcoolizada, mais acabada
na réstea de résteas podemos encontrar os nossos amigos,
semelhantes,
estes se os houver,
os que salvarão o Mundo uma pobre alma de cada vez,
um olhar de cada instante, uma mão de mansinho
sabendo à priori que não é uma luta pois fora ela tal,
e perdida estaria
é antes um assumir de carácter,
para cego ver,
entende
prefiro dormir assim, estupidamente Humano
do que,
como tantos,
Humanamente estúpido