30.9.07

No Mar em Volta

A uma mão de distância e com a sensação que há um vasto Oceano neste espaço intermédio.
Deleito-me com a loucura momentânea que me toma, incerto do tempo que levará a tomar-me de vez, sem que seja uma pontual visitante mas sim a casa que me abriga.

As músicas preenchem estes espaços, vês?

Rolling Stones entoam "Wild Horses" como se de ecos fosse feito todo o espaço à minha volta e a escuridão de um Domingo à noite me arrastasse numa melancolia redonda, redonda, que por mais voltas que lhe dê não encontro saída.
Á distância de uma palavra. Como se de apenas uma palavra um Mundo precisasse para se render à evidência de algo maior que talvez seja apenas ilusão - não vivemos todos tempos de ilusões?
Quem tem enfim o poder de me arrastar para onde quer que seja?
A loucura, essa que não é ninguém a não ser a tal pontual visita que abriga, não é ninguém. Pontual visita, mas ninguém. Sem rosto, sem mão, sem palavras nem coração.

Mera distracção.

Não sei quanto tempo me resta neste entretanto de silêncio arrastado em volta e de ouvidos fechados à envolvente.
Não sei se me resta tempo mais que este. Que hoje. Que amanhã ao acordar com todos os planos que tenho me atire para uma fuga incessante, inalcançável e indomável ser que se presta a tanta coisa mas que sofre tanto com a ausência de coisas tão simples.

Wild horses couldn't drag me away

Já vi tanta coisa acontecer, navegando por vezes de luzes apagadas nas noites onde o mais bréu negro se abateu sobre o navio que, por vezes nem sei para onde a bússula aponta.
Por vezes navegando de encontro aos recifes a larga vela, na esperança que de encontro à escuridão se consiga finalmente fazer luz.

Nunca acontece.

Sem comentários: