14.9.07

A Seguir



Agarrei o tempo como se por algum momento ele não fôra meu.
Sempre foi, lamento se por algum motivo isso me torna menos perfeito a olhos alheios, a sentimentos alheios, a pensamentos alheios, a atitudes alheias e, em suma, a tudo o que me é alheio - tudo o que não sou de alguma forma eu.
Sempre ouvi dizer que as atitudes ficam com quem as pratica, como se isso de alguma forma colocasse nexo e justiça no Universo por um momento que fosse - não coloca.
E a nós que por aqui passamos tão brevemente, resta-nos simplesmente aceitar os factos como nos são colocados, à partida sem esperar nada que não devamos esperar, sem sentir nada que não devamos sentir e, claro está, vivendo aparentemente alheios a tudo o resto.
É fácil seguir, porque seguir é o único caminho até que seja interrompido.
O tempo, esse, escapa-nos a todo o momento e bem o podemos tentar agarrar - e tantas vezes agarrei, tanto quanto o faço hoje - mas a verdade é que é a seguir que a vida nos consome, por vezes nos amargura, por vezes nos surpreende e, por vezes nos faz sorrir.
O que virá a seguir não sei nem me proponho a adivinhar.
Diria "O que eu quiser!" se as coisas fossem tão lineares e assim tão sem-graça como por vezes podem ser mas a questão é que não sei o que virá, mas algo bom, certamente. Já o dizia a Madame ao Ambrósio, e a verdade é que passados 20 anos eles ainda andam naquilo e ela sem um pingo de celulite ou gordura acumulada.. vá-se lá entender!

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