14.9.07

BLL.pt


Cheguei pelas 16,
O dia estava cinzento ainda que abafado.
Á porta esperavam-me as memórias da semana passada, sorridentes e ansiosas por se repetirem em parâmetros diferentes.
Larguei as tralhas na entrada, fechei a porta e dirigi-me à praia e ao bar que em cima dela fica. Pedi um café e uma água.
No mar, três tipos tentavam apanhar umas poucas e fracas espumas sem que na minha mente os repreendesse. Certamente que não me faria à água, mas entendia a vontade deles em passar o fim de tarde na companhia das pequenas ondas.
Ao saborear lentamente o meu café apenas na minha companhia e dos outros solitários que me rodeavam, não resisti ao ímpeto de rapidamente o terminar e ir mais uma vez sentir na pele a gélida água.
Surpresa, não estava gélida mas sim quente. Quente como se numa qualquer praia Algarvia, como se numa zona del Caribe - das Caraíbas, armado em engraçado - me encontrasse não fôra pelo pequeno pormenor de pelo facto de ser hoje uma sexta-feira de clima envergonhado, apenas eu e aqueles três tipos de prancha nos encontrarmos na praia.
Dirigi-me a casa e parei num spot já meu conhecido.
Convidaram-me para ir à água amanhã à tarde, o que aceitei sem pensar duas vezes.
Hoje fui apenas um solitário de pés molhados, amanhã um indivíduo completo de corpo encharcado.
Hoje sou livre. Amanhã também..

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