26.12.07

Sonho de Natal

Hoje ao despertar
olhar em molduras de antigamente que de tão quente o peito
em lençóis novos que me arrepiam de prazer momentos antes de entrar em
drift away
só me faltava a pele e o cheiro
o sabor de mil noites que vivi sem pedir mais nada ao Mundo
feliz
dia cinzento que me traz
entre as molduras tão cheias quanto vazio me sentia
hoje tão cheio de algo bom para dar que partilhei com poucos que pude
pudera dizer-lhes tanto mais sem ser inoportuno
demonstrando um Sol que raia por entre as nuvens mais escuras e eu ali
a desejar que nunca tivesse deixado quebrar mas inevitável
tanto quanto lamento que após quebrado nunca me tenham dito mais
se entre a tarde depois de saído da cama pus e revi
Notting Hill
mais rasgado sorriso no meio da perfeição tão enternecedora com a qual me identifiquei hoje tão doce meigo
nem sequer um ombro num raio de distância que dá a volta ao Mundo vezes sem conta
perdido
justifico-me com o cliché
não se pode ter tudo
e não pode, não
a realidade é assim e sonhar é ter a audácia de sacrificar sonhos em prol de outros
sonhando sempre todas as noites que até um sonho já sonhado
tenha a audácia de me sonhar
a mim

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