É tão conveniente falar por palavras alheias
como marionetas poderiam fazer, um pequeno brilho nos olhinhos de plástico
que os projectores lhes atirariam
tais objectos inanimados mais tarde esquecidos e ao lixo atirados
seria pertinente dizer a quem não sabe do que fala que mais lhe valera calar-se
tomar crédito por algo que não se tem é tão redundante como qualquer outra linha que dos meus dedos possa sair neste lugar
o que sou, quem sou?
a questão temporal faz toda a diferença, pelo que de todo não me cabe a mim descrever o que sou e quem sou se o sei
imodestamente, sei
tendo em conta o mal de sempre o ter sabido e de nunca ter deixado de levar a minha avante lembraria em concordância algo que alguém me chamou um dia
manhoso
nesse aspecto sei-o quanto
saberão os restantes
enquanto meio Mundo chora as ausências, o Passado, o que perderam e o que sonhariam ser eu arrogantemente entregue à minha única companhia observo a vida correr
como se dela fizesse parte
mas num outro lugar muito, muito distante
onde observo todas as coisas mágicas que acontecem forçadas
os amores instantâneos como o meu capuccino de ontem à tarde
ou talvez simplesmente o desespero por ser feliz e ter algo na vida a que se agarrar
quando nem à própria vida se ama
como se pode querer amar algo mais?
ironias,
numa perspectiva só minha
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