26.1.11

Noites Negras da Alma

Quantos dias da tua vida passam e que doem?
nestes que passaram quantos fizeste doer a outrém,
se outrém,
existe sempre
com o passar do tempo conseguimos destruir tudo o que erguemos,
voltando, espera-se
a erguer algo novo, diferente
no processo mudamos,
lembramo-nos do que foi e quem fomos quando tropeçamos em memórias,
coisas que guardamos numa caixa, em linhas velhas, empoeiradas
algumas que já não nos cabem na memória,
de tão efectivamente distraída com o quotidiano e com os dias vindouros
mas dias há,
noites negras da alma,
que doem
se algum dia te disseram que crescer dói esqueceram-se de acrescentar,
viver é crescer,
crescem coisas que vês e sabes, coisas que sentes, coisas que relembras e esqueces,
para quem sabe, espera-se
mais tarde voltar a recordar
por vezes vives com medo,
outras com a aventura à flor da pele,
umas vezes amas e outras foges sem olhar para trás
não existem,
digo não existem
caminhos certos,
houvera-os e estaríamos bem mais satisfeitos,
mais previsíveis e conformados, menos humanos
vezes haverá em que deverás focar-te no que foste e nos pedaços que perdeste pelo caminho,
talvez assim não te esqueças da humanidade que há em ti
das coisas que és capaz
talvez assim não deixes as noites negras da alma eclipsar o que há em ti

tenho estas saudades tuas e não to posso jamais dizer..

1 comentário:

Rosemildo Sales Furtado disse...

Viver é não só sentir dor, como também fazer doer, porém, acho que todos deveríamos priorizar à primeira opção.

Perdoe-me pelas baboseiras, é que estive passando, avistei teu espaço, invadi e não resisti.

Abraços,

Furtado.