Que caras existem para lá destes fios e luzes
esta conjectura de solidão ou simples procura de algo que nos leva por entre atalhos à próxima imagem, à próxima pessoa e a milhares de milhões de palavras por entre clichés e sem nada que não ar que agarrar
aprendendo enquanto o tempo rasga linhas no meu rosto para seu entretenimento
para meu desdém
os acordes dos que gosto de ouvir nos ouvidos fazendo chocar neurónios e arrepiando a pele que me vai do ombro ao cotovelo, do pescoço ao meio das costas
são nestas todas estas madrugadas a única companhia que concebo
solidão?
a solidão é apenas um termo que guardamos em sítios como este onde por vezes fechamos o Mundo lá fora do outro lado da janela
enquanto as caras que por nós passam se esforçam por aparentar sorrisos que não deles comprovados por cada vez que os olhos os traem
quem será alguém para me dizer o que é enfim essa artimanha de ser feliz?
não me predisponho a tal coisa enquanto o tempo corre por estes dias
sem desafios de ninguém que não os meus ou sem sonhos que não os meus restam-me tão poucas preocupações que não consigo sequer ocupar as insónias com algo actual
consensual
estaremos todos numa estação assim a fitar a linha que se estende até perder de vista
quando passará o próximo comboio que me leve para longe das luzes e fios
quem és tu?
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