1.2.08

Passa a Mão Por Mim

Estou sentado à cadeira que
cada vez menos horas de cada vez menos dia de cada vez menos horas num dia
me posso sentar
tenho o Mundo a puxar-me pelos pés se lhe pedi tanto que o fizera por mim um dia o que não sucedeu por meros fracassos
hoje faltará menos que ontem em todos os sentidos se por vezes será vida que encaro
outras vezes medo que me morra quem sou
que te esqueça, que me esqueça e que o tempo e a distância separe a minha forma de ser de mim
soprando-a para longe como por vezes em ruas como as que percorri
o vento soprava as folhas do Inverno
há coisas tantas elas que só conto a mim mesmo na incompreensão em que me vitimizo sem pedir nada
esperar o quê?
não voltaria atrás agora
nisto, nisto tudo de dar um salto mas quão diferente
quão melhor ainda que igualmente ou mais assustador seria
dar um salto em companhia
levo todas estas coisas comigo em bagagem para me lembrarem quem sou sem que tenha tempo para o fazer
levo pedaços, imagens, momentos
ao vislumbrar os lugares onde tantas vezes passei direi para mim mesmo como tantas outras vezes se será a última vez que os verei assim
ou de todo
achas que ao passar perto não me lembrarei?
terias razão - não lembrarei
pois a partir do momento que acordar até dormir
sem que por vezes nem os meus sonhos me descansem
vou estar constantemente num lugar desses
onde a mão passa por mim

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