As coisas só têm uma forma de ser
a delas
afinal que outra seria se não nos déssemos nós ao irrelevante trabalho da preocupação
como me esqueço de coisas que não recordo por opção
lembro-me eu sem recordar em momentos que pouso a vista no céu
tenho os anos a levar-me não sei bem para onde e eu impotente
a observar enquanto a vida me engole me suga para dentro de algo
como um cabelo a mergulhar na inevitabilidade do ralo
mas mais limpinho sem nojices
apenas as que o tempo se lembrar de impôr em mim e nos meus dias
no peso dos meus olhos e da alma que dizia o outro insustentável leveza
mas não, olhe que não caro amigo
a alma pesa mil corpos e mil Mundos e tal como o mais pesado avião
também ela consegue planar como se por milagre
milagre?
não, é apenas a sua forma de ser
que outra seria?
como eu e tu somos
bem.. convenhamos, há quem seja ser mais que outro sem que para isso nos esforcemos
sem que se trate de uma corrida pois convenhamos também
já estamos todos para lá da linha da meta ainda antes de pisar a partida
um dia deixo de ser e já sei
tanta coisa para dizer e outra para apontar em palavras escritas que não sei
nunca saberei se terei dito sequer tanto quanto gostaria mas é certo
enquanto tiver que escrever ficará sempre algo em falta
como portas que ficam entreabertas ou janelas por onde corre o ar
lugares onde ficamos porque sabemos que nos saberão lá encontrar
ninguém foge do que é porque não se foge de si próprio
é assim que as coisas são
de que outra forma seria?..
Aparentemente, um Mundo Só Meu à vossa disposição e à dos vossos sentidos quaisquer que sejam eles
22.2.08
20.2.08
Clarividência II
Vinte de Fevereiro, duas e dezasseis
pelo já mil vezes dito peso nos olhos ou dedos já cansados que indefinidos pelas palavras que me possam fluir me enclausuro em sorriso irónico tenho que o escrever
Sininho tinha razão como tende sempre a ter nas suas análises ponderadas dos seus praticamente - desculpa dizer - trinta anos
ao colocarmos coisas preto no branco tendemos à noção da discrepância que existe entre o nosso ser, os que estão à altura daquilo que desejamos e aqueles que por algum motivo menos nobre ou simplesmente errado foram elevados ao estatuto
nada merecido de especiais
a vida que é de cada um para viver como bem entender ensina muitas coisas em comum a quem estiver aberto a aprendê-las e apreendê-las
todos erramos efectiva e constantemente
seremos sempre tentados a ocultar as nossas tendências em prol de um pouco de felicidade por muito artificial e efémera que esta possa ser
ao lembrar-me da conversa da Mogliana esta tarde não sei em que paralelo me considerei ao efectivamente concordar com tudo o que me disse e com o deprimente conhecimento que faço de mim neste momento da vida
estando próximo de muitos ao mesmo tempo que distante de todos
efectivamente distante
nesta distância que imponho entre mim e praticamente todos os restantes mortais vem-me à ideia um retiro necessário à efectiva aprendizagem de quem sou do que sou e do que quero
mais, do que preciso e mais ainda
do que não preciso
mas acima de tudo de me ocupar em demasia do que não me faz falta
num Mundo que nos mantém preocupados com o aspecto físico, com a roupa que vestimos, com o que comemos, com os carros que conduzimos e todas as mil e uma irrelevâncias que nos tendem apenas a entreter enquanto enriquecemos um qualquer imbecil até ao dia da nossa morte
resumiremos afinal a vida a quê?
a palavras específicas ditas em alturas específicas que como tão bem se diz
ao vento que as levou
a momentos que de tão rápido que passaram e de tão cliché parecem tão artificiais como ver um filme com mau enredo, maus actores e mau final?
ou viveremos afinal para encontrar aquela fatia do bolo de bolacha, aquela conversa que dura até ao raiar do dia, aquela refeição sem palavras, aquele pôr-do-sol na praia, aquela onda perfeita, a mão na água salgada, a pele morena, o sal nos lábios, a areia nos pés, a gargalhada geral no teu grupo de amigos, o abraço dos teus pais, o gato que te dorme ao colo, a cadela que te beija de alegria, a tarde de Sol que te dói no olhar, o adormecer com o barulho do mar, o acordar com o cheiro de quem se ama, o pousar o olhar apenas por momentos e sentir que se tem tudo
e que se é efectiva e finalmente ainda que por momentos que sejam e que perdurarão
feliz!
pelo já mil vezes dito peso nos olhos ou dedos já cansados que indefinidos pelas palavras que me possam fluir me enclausuro em sorriso irónico tenho que o escrever
Sininho tinha razão como tende sempre a ter nas suas análises ponderadas dos seus praticamente - desculpa dizer - trinta anos
ao colocarmos coisas preto no branco tendemos à noção da discrepância que existe entre o nosso ser, os que estão à altura daquilo que desejamos e aqueles que por algum motivo menos nobre ou simplesmente errado foram elevados ao estatuto
nada merecido de especiais
a vida que é de cada um para viver como bem entender ensina muitas coisas em comum a quem estiver aberto a aprendê-las e apreendê-las
todos erramos efectiva e constantemente
seremos sempre tentados a ocultar as nossas tendências em prol de um pouco de felicidade por muito artificial e efémera que esta possa ser
ao lembrar-me da conversa da Mogliana esta tarde não sei em que paralelo me considerei ao efectivamente concordar com tudo o que me disse e com o deprimente conhecimento que faço de mim neste momento da vida
estando próximo de muitos ao mesmo tempo que distante de todos
efectivamente distante
nesta distância que imponho entre mim e praticamente todos os restantes mortais vem-me à ideia um retiro necessário à efectiva aprendizagem de quem sou do que sou e do que quero
mais, do que preciso e mais ainda
do que não preciso
mas acima de tudo de me ocupar em demasia do que não me faz falta
num Mundo que nos mantém preocupados com o aspecto físico, com a roupa que vestimos, com o que comemos, com os carros que conduzimos e todas as mil e uma irrelevâncias que nos tendem apenas a entreter enquanto enriquecemos um qualquer imbecil até ao dia da nossa morte
resumiremos afinal a vida a quê?
a palavras específicas ditas em alturas específicas que como tão bem se diz
ao vento que as levou
a momentos que de tão rápido que passaram e de tão cliché parecem tão artificiais como ver um filme com mau enredo, maus actores e mau final?
ou viveremos afinal para encontrar aquela fatia do bolo de bolacha, aquela conversa que dura até ao raiar do dia, aquela refeição sem palavras, aquele pôr-do-sol na praia, aquela onda perfeita, a mão na água salgada, a pele morena, o sal nos lábios, a areia nos pés, a gargalhada geral no teu grupo de amigos, o abraço dos teus pais, o gato que te dorme ao colo, a cadela que te beija de alegria, a tarde de Sol que te dói no olhar, o adormecer com o barulho do mar, o acordar com o cheiro de quem se ama, o pousar o olhar apenas por momentos e sentir que se tem tudo
e que se é efectiva e finalmente ainda que por momentos que sejam e que perdurarão
feliz!
18.2.08
Clarividência
A vida que não é filme
ao faltar-lhe argumento ensaiado
realizador a passar perspectiva do Mundo
editor a cortar fora o que não importa e inclusive
público que ao cinema se desloque - ou ao site da esquina - para glorificar ou apupar a obra
fazer da vida uma obra
onde está a fita?
são duas e um quarto da madrugada
o sono consome-me os olhos mas poupa-me os dedos
que de tanto que anseiam escrever em ideias que tenho mantido embebidas ao longo de mais de uma semana não me compete a mim mais tentar
contê-los
chove a potes lá fora na madrugada
como em muitas outras que me lembro em que certamente menos apreensivo
menos cansado
menos só e menos imerso no fundo de um cadeirão ao qual chamar simplesmente um lugar onde te procuro
e nunca fazes por estar
ao não fazeres remeto-me ao silêncio observando
esperando que o título da música faça sentido ou se não
de todo até
que eventualmente me leve a desistir da ideia aceitando que
não tem de ser porque não tem de ser
ou uma qualquer outra forma simplista e circular de fechar uma questão sobre si mesma evitando assim dar-lhe um propósito, porque não?
que dirias tu ao apagares da parede o meu rosto enquanto os dias agora mais vazios e os sons mais distantes se apossavam de ti
eu algures empoeirado e derrotado a preto e branco de cores a esbaterem-se
lembrei-me que terias derramado uma lágrima ou esboçado pelo menos uma expressão apreensiva, zangada pela forma como cedi ao derrotismo do momento
como me perdi
terás pensado em mim e que faria de coisas que apenas coisas são?
respeitá-las-ia eu?
entre todas as coisas que nunca digo que só a mim competem pensar e saber talvez te surpreendesse
ora, talvez não!
de certa forma presumo que a surpresa exija de si mesma uma pré-disposição à partida
o que atiramos para o mais obscuro lugar de nós tem um propósito
matar de fome
deixar morrer
na incapacidade de virar o Mundo ao contrário
se todas as palavras que eu penso pudessem ser realmente escritas que escreveria eu?
ditas, que diria eu?
olhos nos olhos?
vivo imerso nesta questão de não ir além do que me limito a ser
demasiado tempo a limitar ser
limitando o ser
hoje vi ao vento
uma mão
a minha
será de pegar ou deixar que o vento a trespasse fazendo pairar
sozinha?
ao faltar-lhe argumento ensaiado
realizador a passar perspectiva do Mundo
editor a cortar fora o que não importa e inclusive
público que ao cinema se desloque - ou ao site da esquina - para glorificar ou apupar a obra
fazer da vida uma obra
onde está a fita?
são duas e um quarto da madrugada
o sono consome-me os olhos mas poupa-me os dedos
que de tanto que anseiam escrever em ideias que tenho mantido embebidas ao longo de mais de uma semana não me compete a mim mais tentar
contê-los
chove a potes lá fora na madrugada
como em muitas outras que me lembro em que certamente menos apreensivo
menos cansado
menos só e menos imerso no fundo de um cadeirão ao qual chamar simplesmente um lugar onde te procuro
e nunca fazes por estar
ao não fazeres remeto-me ao silêncio observando
esperando que o título da música faça sentido ou se não
de todo até
que eventualmente me leve a desistir da ideia aceitando que
não tem de ser porque não tem de ser
ou uma qualquer outra forma simplista e circular de fechar uma questão sobre si mesma evitando assim dar-lhe um propósito, porque não?
que dirias tu ao apagares da parede o meu rosto enquanto os dias agora mais vazios e os sons mais distantes se apossavam de ti
eu algures empoeirado e derrotado a preto e branco de cores a esbaterem-se
lembrei-me que terias derramado uma lágrima ou esboçado pelo menos uma expressão apreensiva, zangada pela forma como cedi ao derrotismo do momento
como me perdi
terás pensado em mim e que faria de coisas que apenas coisas são?
respeitá-las-ia eu?
entre todas as coisas que nunca digo que só a mim competem pensar e saber talvez te surpreendesse
ora, talvez não!
de certa forma presumo que a surpresa exija de si mesma uma pré-disposição à partida
o que atiramos para o mais obscuro lugar de nós tem um propósito
matar de fome
deixar morrer
na incapacidade de virar o Mundo ao contrário
se todas as palavras que eu penso pudessem ser realmente escritas que escreveria eu?
ditas, que diria eu?
olhos nos olhos?
vivo imerso nesta questão de não ir além do que me limito a ser
demasiado tempo a limitar ser
limitando o ser
hoje vi ao vento
uma mão
a minha
será de pegar ou deixar que o vento a trespasse fazendo pairar
sozinha?
14.2.08
Destiny
Talvez nunca consiga encontrar entre um pequeno espaço deixado vazio por ponteiros de relógio um momento em que me peçam para ser eu mesmo
aberto e franco sem defesas ou muros inacessíveis de escalar
sem distâncias que não se possam jamais percorrer sem que tudo o resto sucumba e inevitavelmente se opte por desistir
por não valer a pena
talvez nunca partilhe pequenos fragmentos de coisas que penso, que sinto
que me fazem ser o efectivo ser que sou e que tão pouca se alguém
conseguiu efectivamente perceber
em suma não peço a compreensão mas aguardaria se de aguardar fosse
que me surpreendessem
de alguma forma mais eficaz, imprevisível certamente pois afinal de contas
quão imprevisível é ser-se humano para com alguém como eu?
podia dizer-te o que pensei naquelas horas dolorosas no quarto de hotel
no passeio que dei ontem à tarde com o meu Mocca quente na mão feito pequeno viciado que elegeu já outrora o seu principal pequeno prazer de outro lugar
sou um baú
onde guardo coisas, fragmentos como dizia, pequenos pensamentos que cabem em envelopes de simpatia onde o remetente por vezes está mas não tem morada para os quais enviar
se te magoar, magoas-me dez vezes mais e se te esquecer, não saberás quem sou
funcionamos assim, espécie dita humana que diz viver de amor e de sensibilidades, de sonhos e momentos vividos mas que com atitudes estraga todas esses
como dizer
pormenores
ao virar de cada esquina o que levaria eu efectivamente comigo para além do interminável copo de chocolate, leite e café quentes?
que atitude seria aquela minha constante que se mantém incessante de ignorar qualquer interesse por muito ténue que seja na minha pessoa
se para isso cá estarei eu
chegado ao ponto do tempo que passa não sei afinal que tanto mudou em mim de tão bom assim
não sei quem são vocês
esses pequenos rostos que criaram castelos imensos e deixaram apenas muralhas de pé
fossos intransponíveis, distâncias impercorríveis e no fundo a sensação
em pleno dia como este que admito
igual a qualquer outro
que afinal que é de tudo se tudo é em suma, em suma não
em vão?
Zero7, Destiny
aberto e franco sem defesas ou muros inacessíveis de escalar
sem distâncias que não se possam jamais percorrer sem que tudo o resto sucumba e inevitavelmente se opte por desistir
por não valer a pena
talvez nunca partilhe pequenos fragmentos de coisas que penso, que sinto
que me fazem ser o efectivo ser que sou e que tão pouca se alguém
conseguiu efectivamente perceber
em suma não peço a compreensão mas aguardaria se de aguardar fosse
que me surpreendessem
de alguma forma mais eficaz, imprevisível certamente pois afinal de contas
quão imprevisível é ser-se humano para com alguém como eu?
podia dizer-te o que pensei naquelas horas dolorosas no quarto de hotel
no passeio que dei ontem à tarde com o meu Mocca quente na mão feito pequeno viciado que elegeu já outrora o seu principal pequeno prazer de outro lugar
sou um baú
onde guardo coisas, fragmentos como dizia, pequenos pensamentos que cabem em envelopes de simpatia onde o remetente por vezes está mas não tem morada para os quais enviar
se te magoar, magoas-me dez vezes mais e se te esquecer, não saberás quem sou
funcionamos assim, espécie dita humana que diz viver de amor e de sensibilidades, de sonhos e momentos vividos mas que com atitudes estraga todas esses
como dizer
pormenores
ao virar de cada esquina o que levaria eu efectivamente comigo para além do interminável copo de chocolate, leite e café quentes?
que atitude seria aquela minha constante que se mantém incessante de ignorar qualquer interesse por muito ténue que seja na minha pessoa
se para isso cá estarei eu
chegado ao ponto do tempo que passa não sei afinal que tanto mudou em mim de tão bom assim
não sei quem são vocês
esses pequenos rostos que criaram castelos imensos e deixaram apenas muralhas de pé
fossos intransponíveis, distâncias impercorríveis e no fundo a sensação
em pleno dia como este que admito
igual a qualquer outro
que afinal que é de tudo se tudo é em suma, em suma não
em vão?
Zero7, Destiny
4.2.08
Para Onde
São onze da manhã e chove lá fora
os vidros embaciados de mais um dia de Inverno que me vê levar a vida assim de olhos postos nos sonhos que tenho e cabisbaixo pelos que se me escaparam entre dedos
nos braços um pedaço da alma que tem seis cordas de extensão por um braço próprio à qual chamo
ela
a cada acorde que a chuva acompanha enquanto eu sentado em almofadas no chão do quarto e o incenso que queima lentamente não se ouve mais que o embate da água no telhado tanto quanto o dos meus pensamentos em mim mesmo
atrás a cama desfeita
como eu, em partes que não faço comentar em momento algum
chove muito?
nunca me usas nos teus olhos ou seria esperar em demasia que eu fora algo
se suspeito que um dia não sei se distante este peito me vai asfixiar irremediavelmente
sem que mais palavras me possam questionar os silêncios ou lugares onde me vislumbrem passar
se souberas que seria a última vez que me viste efectivamente
a que foi última vez
mudarias o que fosse ou culparias o Mundo como se ele feito de vontade própria para afastar vidas e deixar os olhos pousados em horizontes
à espera de barcos que partiram para longe navegar
longe
para nunca mais voltar
os vidros embaciados de mais um dia de Inverno que me vê levar a vida assim de olhos postos nos sonhos que tenho e cabisbaixo pelos que se me escaparam entre dedos
nos braços um pedaço da alma que tem seis cordas de extensão por um braço próprio à qual chamo
ela
a cada acorde que a chuva acompanha enquanto eu sentado em almofadas no chão do quarto e o incenso que queima lentamente não se ouve mais que o embate da água no telhado tanto quanto o dos meus pensamentos em mim mesmo
atrás a cama desfeita
como eu, em partes que não faço comentar em momento algum
chove muito?
nunca me usas nos teus olhos ou seria esperar em demasia que eu fora algo
se suspeito que um dia não sei se distante este peito me vai asfixiar irremediavelmente
sem que mais palavras me possam questionar os silêncios ou lugares onde me vislumbrem passar
se souberas que seria a última vez que me viste efectivamente
a que foi última vez
mudarias o que fosse ou culparias o Mundo como se ele feito de vontade própria para afastar vidas e deixar os olhos pousados em horizontes
à espera de barcos que partiram para longe navegar
longe
para nunca mais voltar
1.2.08
Passa a Mão Por Mim
Estou sentado à cadeira que
cada vez menos horas de cada vez menos dia de cada vez menos horas num dia
me posso sentar
tenho o Mundo a puxar-me pelos pés se lhe pedi tanto que o fizera por mim um dia o que não sucedeu por meros fracassos
hoje faltará menos que ontem em todos os sentidos se por vezes será vida que encaro
outras vezes medo que me morra quem sou
que te esqueça, que me esqueça e que o tempo e a distância separe a minha forma de ser de mim
soprando-a para longe como por vezes em ruas como as que percorri
o vento soprava as folhas do Inverno
há coisas tantas elas que só conto a mim mesmo na incompreensão em que me vitimizo sem pedir nada
esperar o quê?
não voltaria atrás agora
nisto, nisto tudo de dar um salto mas quão diferente
quão melhor ainda que igualmente ou mais assustador seria
dar um salto em companhia
levo todas estas coisas comigo em bagagem para me lembrarem quem sou sem que tenha tempo para o fazer
levo pedaços, imagens, momentos
ao vislumbrar os lugares onde tantas vezes passei direi para mim mesmo como tantas outras vezes se será a última vez que os verei assim
ou de todo
achas que ao passar perto não me lembrarei?
terias razão - não lembrarei
pois a partir do momento que acordar até dormir
sem que por vezes nem os meus sonhos me descansem
vou estar constantemente num lugar desses
onde a mão passa por mim
cada vez menos horas de cada vez menos dia de cada vez menos horas num dia
me posso sentar
tenho o Mundo a puxar-me pelos pés se lhe pedi tanto que o fizera por mim um dia o que não sucedeu por meros fracassos
hoje faltará menos que ontem em todos os sentidos se por vezes será vida que encaro
outras vezes medo que me morra quem sou
que te esqueça, que me esqueça e que o tempo e a distância separe a minha forma de ser de mim
soprando-a para longe como por vezes em ruas como as que percorri
o vento soprava as folhas do Inverno
há coisas tantas elas que só conto a mim mesmo na incompreensão em que me vitimizo sem pedir nada
esperar o quê?
não voltaria atrás agora
nisto, nisto tudo de dar um salto mas quão diferente
quão melhor ainda que igualmente ou mais assustador seria
dar um salto em companhia
levo todas estas coisas comigo em bagagem para me lembrarem quem sou sem que tenha tempo para o fazer
levo pedaços, imagens, momentos
ao vislumbrar os lugares onde tantas vezes passei direi para mim mesmo como tantas outras vezes se será a última vez que os verei assim
ou de todo
achas que ao passar perto não me lembrarei?
terias razão - não lembrarei
pois a partir do momento que acordar até dormir
sem que por vezes nem os meus sonhos me descansem
vou estar constantemente num lugar desses
onde a mão passa por mim
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