15.2.11

"A Caminho..."

Tenho um pequeno móvel que vai enchendo de livros,
em Inglês, Português, Espanhol, Francês
Se por um lado é boa prática às línguas que usamos com menor frequência,
é por outro lado um deliciar a nossa mente com a sua capacidade multi-linguística, cultural
sem lost in translation
Apesar de nem todos serem pérolas da literatura,
a cavalo dado não se olha o dente
acabo por dar em mim na companhia de algumas das mais brilhantes mentes da escrita,
gente que viva ou morta me estimula o córtex cerebral de uma forma que muitas pessoas,
elas vivas, a respirar e em discurso directo,
falham em conseguir
Talvez sejam os dias cinzentos,
que me tornam cáustico, exageradamente sarcástico e de cheeky evil smile
contrariar a falta de dinâmica que a chuva impõe, dando aos dias assim uma dinâmica única
exige um esforço Titânico,
uma sandbox dentro de uma outra box (casa) que tem por demais vezes o hábito de se tornar claustrofóbica numa mente e corpo que anseiam vaguear pelas demais planícies, montanhas e beira-mar deste Mundo
Vivo na crença de que a minha juventude morrerá se um dia perder esta necessidade,
a de descobrir novos pontos ou de, pelo menos, sonhar com a descoberta dos mesmos,
ainda que na distância da minha sandbox de duas janelas grandes, vista para tijolo e um quarto de céu cinzento-fastio
culminará isto tudo um dia com algo melhor,
ainda que não tenha no calendário um círculo, uma cruz
um vou ali e já venho
mas não tardando vou ter, indo para não mais voltar a deixar-me fechar em caixinhas
pois se ao Mundo que trato por tu, por todos os lugares que vi e passei sem que perdesse o sentido de pertencer a todos eles me permitir,
não tardará a fazer-se sentir algo que pareço ansiar dizer, gritar, expressar nas mais cruas palavras a preto e branco
fui-me embora, não faço intenção de voltar

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