25.6.08

BFS

Sao quatro e qualquer coisa da manha,
digo qualquer coisa pois o despertador toca nao so a minha paz como a violencia de acordar ainda durante a noite para mais um dia
ainda olhos semi-cerrados olho em volta com aquela sensacao estranha de quem acorda sem saber exactamente onde esta, aliada as nao digo quantas garrafas de Rose na companhia das minhas amigas para nightstop
entregue momentaneamente a companhia do Gabriel (Garcia Marquez) dito em ingles para me tentar familiarizar com o erudito lexico britanico mais do que ja vai sendo habitual chegada primeiro a Hailey, demasiadamente grande sentido de humor para se comparar com a maioria das miudas britanicas
e sim, uma miuda com a adorabilidade dos seus dezanove anos
contrastando com a serena e igualmente simpatica Sarah que ja conheco de outros dias de maluqueiras assim permanecemos os tres ao que antecedeu o meu rodopiante deitar a conversa sobre aquelas coisas que conversamos sempre
voar, com quem e para onde, namorados e namoradas e a dada altura nao sei porque me afoguei no copo e nao havia debaixo do banco o tal famigerado colete salva-vidas
atipicamente fico entregue a simpatia das locais enquanto a nao local que nos supervisiona acaba por sair com os restantes e pensa-se sem se dizer
paz e sossego
daquele que tenho em dias como o de hoje, acordado em Belfast e prestes a dormir bem cedo na minha cama, em casa, que nao ha quem aqui me chateie a corneta nem por momentos que eu deixasse e,
a medida que deixo de sequer escrever palavras porque sou facilmente entediavel - quem sabe entediante - desligo-me dessa pseudo-amizade de amontoados de conhecidos que sei eu que nao dariam um passo por mim como eu faco bem questao de nao dar por eles
tres minutos depois abri os olhos, ciente de que nao os poderia voltar a cerrar sob o inevitavel perigo de realizar o que tinha sonhado e falhado a hora de report para voar de volta a casa
perdendo assim a simpatia dos sorrisos das Toulousianas (France) e a lembranca que o Toulouse sempre foi o gato que mais gostei nos Aristogatos
a casa-de-banho e a sua peculiaridade estranha de ser completamente espelhada, inclusive durante o banho, uma alegria para os mais narcisistas e quem sabe para outras touradas e,
os olhos pesados a medida que ainda de toalha em volta da cintura me propus a fazer o meu cafe acompanhado de descafeinado para lhe carregar apenas o sabor e o pequeno-almoco, agora indeciso entre ha um piscar de olhos atras ou coisa de catorze horas
pequeno prazer
como mil outros que nao partilho porque me pertencem, enterrados nesta coisa de nao querer dar a saber a gente que e meia nem para lhes perguntar que horas sao
como quem faz escala onde quer que seja, mudando efectivamente de rumo para longe do quer que seja propriamente de explicar
aprendermos esta coisa de gostar de viver sem prestar contas a quem nao nos traz bem tem um sentido
o de sermos nos mesmos, a gostar de nos mesmos, a querermo-nos mais e seguir o rumo tracado
a dada altura chegaremos algures onde nao pensamos chegar, sem arrastos, sem delongas desnecessarias, sem
percas de tempo

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