18.6.08

Ao Vento, A Voces

Nao sabia por onde comecar um novo texto
entre as dezenas de tentativas deixadas nem sequer a meio em outras noites, outras alturas que me apeteceu dizer algo nao ficou
garanto que nao ficou e hoje
como se dia diferente ou noite que se faz vislumbrar la fora diria um redondo talvez
talvez entre o silencio que reina hoje em casa e hoje na minha vida pudesse escrever algumas linhas de puro nada
dizendo que nao me apetece partilhar com ninguem que conheca o que me apraz dizer
que tenho mil coisas para contar e nenhuma que te conte em particular
sim estou bem, apraz dizer sem que seja perguntado
nao fantasticamente bem, mas bem
escondido com o meu sorriso de miudo e olhos que disseram-me um dia meigos no acto de olhar tenho todos os dias o Mundo na palma da mao
uns dias tomo-o, outros deixo passar na dinamica e incerteza que eh nao a minha em particular mas essa grande
a vida
que se quer grande, entenda-se
nao sei entre varias linhas da vida o que se passou, como se tivesse estado ausente de episodios cruciais da vida dessa gente que um dia se disse meus amigos ou que me amava
entre todas essas merdas que saem pela boca das pessoas sem que algo dentro delas lhes diga que eh verdade relembro-lhes que nao precisam ter tudo
se tiverem o coracao de alguem nao precisam querer levar-lhe a alma mas assim o eh
quando as pessoas se alimentam de cliches, de palavras que viram num filme e de idealizacoes de coisas tao elaboradas e ao mesmo tempo tao, tao simples como o amor, a amizade, o fazer algo por
sem exigir
nao conseguiria jamais em tempo algum explicar o porque a quem nao queira ouvir e dai a minha tendencia maioritaria em me manter calado, aliada ao silencio imbecil e redutor das pessoas que o praticam
mandava-vos para a puta que vos pariu, mas estou certo que nao sera culpa da pessoa que vos tera trazido ao Mundo
diria-vos que fiquei sem panos quentes, ausente de paciencia e demasiado velho cedo demais para mastigar infantilidades
que me encontram se quiserem e como quiserem e no caso de nao quererem nao vos guardo rancor, sabendo que acabam sempre por deslizar da minha mente e do meu tempo, tal eh esta coisa de finalmente ter uma vida
diria que em mil coisas sou melhor que voces, em outras pior
que a melhor sera aceitar a diferenca e abraca-la com o fascinio infantil que provoca em mim, como se ainda existissem coisas magicas no Mundo
nao pretendo que algum dia a vossa forma seja a minha
mas afinal de contas relembro que as palavras efectivamente leva-as o vento e aqui onde estou
a brisa sopra sempre forte

1 comentário:

Anónimo disse...

So digo, que o vento continue a soprar forte, e que pelo menos as tuas palavras cheguem até mim....

Porque este texto é uma grande verdade...