Fazem hoje onze,
dias
oficialmente a viver pela Capital Espanhola
oficiosamente chamemos-lhe vinte e sete
a fazer recordar que dois meses dos meus grandes,
trinta
números, matemáticas que articulamos para não nos sentirmos tão sem rumo
como se ao darmos um nome, um número a coisas, vivências
com isso as tornássemos eternas e indeléveis,
ainda que tão nossas e de poucos mais sujeitos que estejam enfim,
sujeitas a perecer tão penosa e irremediavelmente,
esquecidas
os nossos maiores dias, as nossas maiores vivências,
momentos de glória e dôr,
paixão, amor
indeléveis somente nas nossas almas e de quem nos vivenciou,
acreditemos,
somente
por todo o resto, todos os durante e os além, os oxalá
um sem-número de sem-sentidos, de irremediáveis momentos contados, perdidos
na beleza efémera que somos nós,
eu, tu e vós
restamo-nos não mais e somente uns aos outros,
para escutar e falar e amparar,
existências
para que mesmo que sujeitos em uns e outros a subsistir
nunca nos esquecemos que é agora, é hoje
de tudo o que foi dali até aqui
existir
..e com isto distâncias, que as há, de tudo. Não sei bem ao que escrevo ou a quem se não a mim. Não restam mais que não os livros por ler e os sítios que ir. Todos os entretantos são meramente isso. E com isso se envenenam dias que se evitam envenenar, uma Odisseia constante contra tudo o que nos tenta demover, a essas energias que saberão que receberão " tenfold " de volta e a nunca perder o fio à meada. Nunca. Se queres, faz acontecer.
Aparentemente, um Mundo Só Meu à vossa disposição e à dos vossos sentidos quaisquer que sejam eles
27.6.11
22.6.11
Are U Available?
Fins de tarde,
verdade que a brisa é mais vento que a primeira,
enquanto o Sol brilha no alto destes céus portugueses e os pássaros são a minha companhia
ruído de fundo da tv, programas da tarde, ridículas soap operas de camadas e camadas de aproveitamento da miséria alheia,
falsos moralismos
deleite que quase me faz adormecer ao som de poucos nadas
feliz pelo dolce fare niente
enquanto em mente me ecoam palavras de gente que nada tem
eu aqui, vocês aí, presume-se que em relativa fartura
porém nestes mesmos fins de tarde, debaixo deste mesmo Sol português, onde pássaros nos acompanham
há quem passe fome,
envergonhada ou não, fome
enquanto me interrogava o que haveria de fazer para dar mais nexo, mais rumo
lembrei-me desta coisa estranha que tenho dentro em abundância,
à qual chamam humanidade
compaixão
que vida é aquela que é feita só em proveito próprio quando nada em proveito de ninguém mais
de nada mais
resolvi levantar-me da minha cama de jardim neste fim de tarde
por muito pouco que seja,
fazer a diferença que já não espero que façam em mim
façam a vossa!
verdade que a brisa é mais vento que a primeira,
enquanto o Sol brilha no alto destes céus portugueses e os pássaros são a minha companhia
ruído de fundo da tv, programas da tarde, ridículas soap operas de camadas e camadas de aproveitamento da miséria alheia,
falsos moralismos
deleite que quase me faz adormecer ao som de poucos nadas
feliz pelo dolce fare niente
enquanto em mente me ecoam palavras de gente que nada tem
eu aqui, vocês aí, presume-se que em relativa fartura
porém nestes mesmos fins de tarde, debaixo deste mesmo Sol português, onde pássaros nos acompanham
há quem passe fome,
envergonhada ou não, fome
enquanto me interrogava o que haveria de fazer para dar mais nexo, mais rumo
lembrei-me desta coisa estranha que tenho dentro em abundância,
à qual chamam humanidade
compaixão
que vida é aquela que é feita só em proveito próprio quando nada em proveito de ninguém mais
de nada mais
resolvi levantar-me da minha cama de jardim neste fim de tarde
por muito pouco que seja,
fazer a diferença que já não espero que façam em mim
façam a vossa!
14.6.11
Um Aparte, Liberdade
Temos quem nos siga na sombra,
sendo portanto um facto que escrevemos como reflexo de nós mesmos,
daquelas ideias que ao acordar nos perduram na mente,
da introdução à mood que nos vai marcar durante o dia
seja ela de alegria e humor extremos ou da vontade de chorar
sem explicações, motivações
que não os sonhos que nos perseguiram durante a noite ou,
quem sabe
ser segunda-feira de manhã e termos de ir trabalhar mais dezoito dias para pagar os impostos..
Considero-me relativamente assistemático,
é relativamente fácil quando somos o mais independentes do sistema que podemos,
ao mesmo tempo que retiramos dele todas as comodidades que nos são possíveis
com isto não querendo dizer que sou menos escravo que vós,
ou em igual medida, mais livre
ao assistir - infelizmente não ao vivo, ainda que partilhe agora da mesma cidade - ao protesto de Los Indignados de Madrid
não posso deixar de pensar que, ao contrário do que muita gente diz
estamos pacífica e silenciosamente a protestar,
como temos protestado sempre até aqui pela dignidade, pela oportunidade, quiçá igualdade
porque todos sabemos algures dentro de nós mas sem berrar,
que nos estão a alienar a vida e os direitos, a roubar aquele bocadinho mais, a escravizar aquele bocadinho mais
creio aliás que a Política devia ser a arma dos homens honestos e justos,
que estes pudessem também bocadinho a bocadinho mudar o Mundo para um lugar mais equilibrado,
mais livre
mas infelizmente sabemos que não é por acaso que nos matamos por dá cá aquela palha,
que nos arreliamos com coisas estúpidas e levamos as nossas frustrações para a estrada, para a fila do supermercado, para o trabalho
que as atiramos para cima dos outros que sentem como nós
não escrevo como intervencionismo Político mas humanista,
porque sinto e sei que sentem,
somos todos donos de almas, corações e espiritos livres
cabe portanto a cada um resistir ao ímpeto de nos tornarmos animais domésticos que fazem o que esperam de nós,
trabalham mais por menos sem protestar, compram mais mesmo quando o senso comum diz que não o deveriam fazer, votam no senhor da gravata seguinte, não o responsabilizam quando lhes falha as promessas, aceitam sem indignação que é certo pagar tanto por serviços básicos à sua sobrevivência e,
sem mais que insistir,
acreditam na sombra que um dia mudará tudo para melhor sem que efectivamente o passem a exigir
as revoluções não se fazem com armas, fazem-se efectiva e principalmente no coração e mente de homens e mulheres,
livres
sendo portanto um facto que escrevemos como reflexo de nós mesmos,
daquelas ideias que ao acordar nos perduram na mente,
da introdução à mood que nos vai marcar durante o dia
seja ela de alegria e humor extremos ou da vontade de chorar
sem explicações, motivações
que não os sonhos que nos perseguiram durante a noite ou,
quem sabe
ser segunda-feira de manhã e termos de ir trabalhar mais dezoito dias para pagar os impostos..
Considero-me relativamente assistemático,
é relativamente fácil quando somos o mais independentes do sistema que podemos,
ao mesmo tempo que retiramos dele todas as comodidades que nos são possíveis
com isto não querendo dizer que sou menos escravo que vós,
ou em igual medida, mais livre
ao assistir - infelizmente não ao vivo, ainda que partilhe agora da mesma cidade - ao protesto de Los Indignados de Madrid
não posso deixar de pensar que, ao contrário do que muita gente diz
estamos pacífica e silenciosamente a protestar,
como temos protestado sempre até aqui pela dignidade, pela oportunidade, quiçá igualdade
porque todos sabemos algures dentro de nós mas sem berrar,
que nos estão a alienar a vida e os direitos, a roubar aquele bocadinho mais, a escravizar aquele bocadinho mais
creio aliás que a Política devia ser a arma dos homens honestos e justos,
que estes pudessem também bocadinho a bocadinho mudar o Mundo para um lugar mais equilibrado,
mais livre
mas infelizmente sabemos que não é por acaso que nos matamos por dá cá aquela palha,
que nos arreliamos com coisas estúpidas e levamos as nossas frustrações para a estrada, para a fila do supermercado, para o trabalho
que as atiramos para cima dos outros que sentem como nós
não escrevo como intervencionismo Político mas humanista,
porque sinto e sei que sentem,
somos todos donos de almas, corações e espiritos livres
cabe portanto a cada um resistir ao ímpeto de nos tornarmos animais domésticos que fazem o que esperam de nós,
trabalham mais por menos sem protestar, compram mais mesmo quando o senso comum diz que não o deveriam fazer, votam no senhor da gravata seguinte, não o responsabilizam quando lhes falha as promessas, aceitam sem indignação que é certo pagar tanto por serviços básicos à sua sobrevivência e,
sem mais que insistir,
acreditam na sombra que um dia mudará tudo para melhor sem que efectivamente o passem a exigir
as revoluções não se fazem com armas, fazem-se efectiva e principalmente no coração e mente de homens e mulheres,
livres
9.6.11
"Hmm Hmm"
Moods,
elevam-nos e arrasam-nos os dias
as noites, lugares, caras e pessoas
sentimentos,
sensações,
quero-as a todas num bolso,
anotadas por ordem alfabética e ordenadas cronológicamente
todas,
as que vivi e vivo, as que aguardo fazer, ansiosamente
de sorriso de miúdo em riste, à medida que por mim caminham
a escassos centímetros sem que os meus olhos te sigam pela sala,
pela rua, no teu lugar,
onde quer que seja - não me importa mais
sou uma muralha, o Mundo
sou aquilo que um dia te contaram existir e não acreditaste,
a excepção da regra, à regra
o inamovível, sempre a caminho, sempre lá nunca aqui
para ficar
sou o que desejo e um pouco mais que não controlo,
limitado pela epiderme que me serve de rosto,
os olhos inchados, vermelhos, mal descansados
a alma imóvel, ora plena de paz, ora de todos os excessos
sou o que sempre te quis dizer e te disse,
as palavras que escrevi e que nunca ouvi em feedback
sou e somos,
tantos muito iguais,
uns poucos,
tão diferentes
e com isto a primeira semana de Madrid. Porque posso. Porque acredito piamente que temos que de tempos a tempos quebrar o molde, fazer um novo e chamar à nossa vida um sentirmo-nos vivos. Porque há sangue quente e o meu gelou. Porque me apeteceu um dia ser impulsivo e saltar para um barco, como tinha feito outras vezes antes. Porque é verdade que a extrema esmagadora das pessoas nascem, vivem e morrem no mesmo lugar - eu não serei uma delas.
elevam-nos e arrasam-nos os dias
as noites, lugares, caras e pessoas
sentimentos,
sensações,
quero-as a todas num bolso,
anotadas por ordem alfabética e ordenadas cronológicamente
todas,
as que vivi e vivo, as que aguardo fazer, ansiosamente
de sorriso de miúdo em riste, à medida que por mim caminham
a escassos centímetros sem que os meus olhos te sigam pela sala,
pela rua, no teu lugar,
onde quer que seja - não me importa mais
sou uma muralha, o Mundo
sou aquilo que um dia te contaram existir e não acreditaste,
a excepção da regra, à regra
o inamovível, sempre a caminho, sempre lá nunca aqui
para ficar
sou o que desejo e um pouco mais que não controlo,
limitado pela epiderme que me serve de rosto,
os olhos inchados, vermelhos, mal descansados
a alma imóvel, ora plena de paz, ora de todos os excessos
sou o que sempre te quis dizer e te disse,
as palavras que escrevi e que nunca ouvi em feedback
sou e somos,
tantos muito iguais,
uns poucos,
tão diferentes
e com isto a primeira semana de Madrid. Porque posso. Porque acredito piamente que temos que de tempos a tempos quebrar o molde, fazer um novo e chamar à nossa vida um sentirmo-nos vivos. Porque há sangue quente e o meu gelou. Porque me apeteceu um dia ser impulsivo e saltar para um barco, como tinha feito outras vezes antes. Porque é verdade que a extrema esmagadora das pessoas nascem, vivem e morrem no mesmo lugar - eu não serei uma delas.
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