24.7.10

Até a Desgraça Tem o Seu Quê de Graça

Que a humanidade tem o seu quê de estúpida é um facto,
o que não é facto é o de nós, gente que supostamente sensível e de inteligência moderada,
termos de suportar, tolerar,
em suma aturar
toda a santa estupidez que nos bate à porta a todo o momento da vida
reger a vida pelo sagrado mandamento de que a liberdade do amigo e amiga do lado termina onde começa a minha é deveras satisfatório
sendo que sou orgulhosamente ser asocial, extremamente profissionalmente social, até por vezes deveras em tempos de folga, recordo-me todos os dias da outra que vagamente conheci por dias apenas em que todo o ser era mágico, toda a oportunidade social um momento fantástico e as pessoas eram todas lindas, belas, fascinantes e qualquer não-assumpção de tal facto de tão óbvio só poderia ser reflexo de caretice
explicar a gente assim que as 600 pessoas que conheci, vaga ou não mente hoje
mais os outros três a cinco colegas diários e os amigos e amigas deles me fazem porém perito em pessoas,
em situações sociais, em infantilidades, em parvoíces e estupidez a fio
esquecer este detalhe acerca de mim é assumir que sou um qualquer parolo que vive confinado às fronteiras de um qualquer País periférico da Europa Ocidental que, convenhamos,
ainda que o adore
não deixa de ser de um terceiro-mundismo que muitas vezes nem os jovens pós-modernos que raramente ou nunca saltaram fronteiras o podem salvar
não sou mais que ninguém,
não quero ser
quero respeito às fronteiras que coloco no Mundo,
violá-las com o intuito de provocar em mim as piores reacções é estar na lista negra
a lista negra de alguém assim é um lugar onde se entra para não mais sair,
é um atestado de estupidez para a vida,
um selo de mediocridade a juntar aos demais puppets que povoam ruas, enchem centros comerciais, exibem a última moda copiada do cromo da bola e falam de coisas que nunca viveram, nunca experienciaram na pele
as linhas que colocamos na existência servem para nos resguardar,
se lá estão com um propósito devem ser entendidas assim,
como um lugar próprio de gente própria,
nunca medidas ao nível da estupidez alheia de quem vos rodeia

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