01h06 em Portugal Continental,
dizia ontem em tom de parvoíce que três noites, três camas, a vida do tripulante que dia 6 dorme em Málaga, dia 7 em Londres, dia 8 em Lisboa falsa, lugar ao qual chamo Lisboa para centralizar mais a imaginação de quem possa eventualmente, seguir-me
ou para os que não me conhecem a não ser desta janela, que não me detectem numa proximidade
hoje
ou ontem caso estejam a prestar atenção
venho a descobrir que sou Boa Onda,
como se fôra para mim novidade o meu despegue com as coisas que regem a existência, derivados como a expectativa e as interrogações que nos tiram o sono admito,
não me recordo da última vez que algo me deixou sem dormir considerando
mortes, separações dolorosas, discussões imprevisíveis e devastadoras, mudanças de países, de emprego, de casa, de expectativas futuras para o quer que seja
não tira
descobri ainda por mero acaso que tenho quatro seguidores registados no meu blog,
dos quais presumo um assíduo, dos quais calculo um não registado, dos quais o ocasional
três frequentes, adiante, sorriso e ponto.
a boa onda é-me por vezes ser estranho, corpo estranho entranhado na pele, na alma, na forma de ser que sabe que os olhos de miúdo sorriem com aquele pôr-do-sol, com a frente da prancha a furar uma onda no sentido de quem batalha o mar, com aquele abraço à pessoa amiga que raios partam faz tempo que não consigo tempo ter para estar com,
não me questionem acerca de amor, esse que idealizo em livros e filmes, que seria capaz de pintar e acerca do qual escrever horas a fio porque o meu não é o vosso nem o vosso o meu
sempre achei o amor uma coisa deveras pessoal e só nossa, daquelas que estão secretamente codificadas, como a marca habitual do desodorizante que usamos ou onde a rapariga nos nossos sonhos esconde a lâmina com que alisa as pernas
dou por mim ainda assim sem perder o sono sem sentir que tenha que justificar este amor que tenho em mim a ninguém, gostando de toda a gente de forma a que acho que de mim gostam mas sem amar,
na medida habitual, no standard, no random, no amor que está mesurado socialmente
aquele que não é demais nem a menos, que não é uniforme, que está de tal forma padronizado que qualquer outro não é aceite,
enquanto a Diana se ria das minhas parvoíces a 38.000 pés hoje e me dizia "..tu és efectivamente estranho" não posso deixar de largar sorriso concordante,
se sou
se sou estranho!
se o Mundo não me sabe estranho, não me atende estranho, não me acolhe estranho então que tédio de existência, onde a loucura não tenha luz verde,
onde tudo esteja já mesurado e vivido, testado à lupa de laboratório,
nós todos ratos no labirinto, a medida de queijo e a rodinha
eu não,
boa onda
o Mundo a passar e a vida ao lado dele, de olhos postos no horizonte sem perder o sono, o bom humor, a amabilidade com que rejo cá dentro o meu e só meu,
o meu amor,
pela vida e pelas pessoas, pelo que me move aos confins,
pelo que me faz saltar da cama mais cedo, pelo que me faz percorrer quilómetros a fio,
que seja assim mesmo como o quero,
o meu amor,
uma boa onda
e sem apartes, sem duplos sentidos para que saibas que é para ti, a boa onda é limpa, é transparente e como onda que é, como aquelas que se usam para surfar, que tires dela o melhor, o pior, que entres nela ou esperes a próxima, uma onda é isso mesmo, o que fazemos dela
2 comentários:
Peguei trinquei meti-te na cesta ris e dás-me a volta à cabeça...
Porque é que as pessoas se gostam do pingo doce insistem em ir as compras com sacos do Lidl?
Se a rotunda ao pé da minha casa fosse mais pequenina poderia ser apenas uma lomba igual as outras...
Se amanhã fosse dia 18 de julho, significava que hoje era dia 17 de julho...
Um abraço,
Manuca
to you...goog wives and vibes
http://www.youtube.com/watch?v=Y4O7ufx9D_s&feature=fvsr
BRX
Enviar um comentário