10.7.10

Dias há,
muitos
em que não sinto carne e osso,
por momentos que julgo praticamente eternos quase nem alma,
ou nem toda,
não a que se sente ligada à gente, aos momentos de pessoas que nos abraçam como se nunca tivéssemos partido,
hoje escrevo em tom de desculpa não sei,
certamente em tom de luz que cai sobre mim enquanto me expresso e ao que me move,
ao que me carrega pela vida e tem infelizmente carregado a existência,
essa de tão rica e por vezes tão aborrecidamente só que não sei,
gostava de a mudar
podia mudar as cores do céu e o banco do meu carro onde coloco a minha agora nova e inseparável mala tira-colo verde onde guardo os meus vitais,
ouviria ao pôr-do-sol contigo o maybe tomorrow dos Stereophonics e esqueceria inseguranças, lugares, pessoas, esqueceria até o que me levou eternidades a compreender como felicidade,
esta curta expressão que conquistei para mim
não sei onde me vai levar a vida nem o Mundo,
mas quero saber
enquanto o Sol mergulha novamente nesse Mar a Oeste de Portugal imagino lá fora quem em mim depositou ou deposita ainda pensamentos a fio,
da alma que deposito algures
prevejo pôres-do-sol a fio sem saber o amanhã,
sem que me coloque de um lado ou do outro da barreira
não fui a lugar algum, estou aqui
onde quer que isso seja
aqui
prevejo que ser livre seja assim dolorosamente para a humanidade,
um conceito que nos apraz mas cuja realidade seja bem menos romântica,
bem mais selvagem,
mais indomável,
que amar a liberdade seja a expressão disso, sem lugares e amarras,
que gostemos uns dos outros na essência do que são,
afinal de contas é tudo o que somos,
pura essência

2 comentários:

Anónimo disse...

"É o que eu me sonhei que eterno dura"

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=0QPWHBmqOAA&feature=related

BRX