8.7.09

Ser

É novamente tarde demais,
entre os ponteiros que batem para lá do planeado, a lembrar que o futuro próximo é feito de dias onde a manhã começa ela também cedo,
demais
existe todo este céu lá fora que me preenche os olhos,
pleno de mil cores que fazem todas parte de mim e eu delas, como se por momentos palavras houvessem para lhes dar ritmo, movimento
eu aqui,
lençóis brancos e ao colo um bocado de fios e plástico que me ligam ao Mundo que vos liga a mim, numa tardia noite em que inscrevo não em pedra mas em dígitos algo que talvez pouca gente venha a ler
seremos sempre o que quisermos ser, aquilo para quem nos quiser ter
vou fechando aos poucos os olhos, como quem morre para mais um dia que passou,
a ansiar uma nova vaga de inspiração que dê mais vida ao que escrevo
como que se por momentos pudera gravar as minhas ideias para lá fora longe
além do céu reler e voltar a pintá-las
da côr do meu ser

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