A tudo e todos,
que lá fora o céu continua com estrelas mil
por muitas quantas noites tenha nuvens que nos façam duvidar da sua presença
mesmo que a lua opte por se eclipsar da nossa insignificante e redundante vista para porque sim e porque pode
senhora de si mesmo
ocultar-se como se ela também eterna fosse
vários e vários momentos eu a fitá-la e pensar que a mesma foi vista por Carlos Magno, Jesus Cristo ou qualquer outro mortal que conseguiu pular a barreira do anonimato
gloriosa e senhora de si mesmo
optou por permanecer inerte a tais insignificantes e redundantes seres e suas vistas
porque afinal fingir que se é de todo igual quando se sente prazer na diferença,
nas vicissitudes das coisas boas e na coerência a que nos damos entre detalhes em que mais ninguém opta reparar
porquê arrastar noites em pequenos nadas que são tudo,
dias em tudo que não significam espremidos uma gota de nada
aparte esta humanidade que me assola hoje e talvez tenha vindo para ficar um qualquer tempo,
não será por isso que menos cáustico e sarcástico, menos sonhador cá dentro enclausurado feito gato grande em jaula mínima de fortes barras de ferro e porta por abrir
incapaz de verter lágrima às infelicidades que assolam os outros mas com alma suficiente para partilhar o que lhes vai na deles,
eventualmente deixando-me assim sensaborão,
entre sorrir porque gosto e sei que gosto,
como é bom saber ainda gostar
ou ficar simplesmente arrasado porque estamos cá para isso,
partilhar tudo o que possamos da nossa existência
aprendendo contigo, com eles e elas
os bons e maus, justos e injustos, bonitos e feios por dentro, por fora
que todo o dia assim menos humano,
menos dado e feito para dar
é mais uma oportunidade perdida para também receber,
aprender
seguir enfim em frente e não mais estar entre jaulas
no mesmo lugar
1 comentário:
Apesar de nem sempre ter estado a assistir na primeira fila, sou e serei sempre fã incondicional das tuas “baboseiras” rasgadas em piadas tão só tuas, tão repletas de conteúdo, tão inteligentes na abordagem e perspicazes na forma de serem introduzidas num contexto, tão cirúrgicas e abrasivas delineadas em toques suaves de algodão embedido em álcool ou em mel, consoante a ocasião.
Isto aprendi olhando para Ti, as pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade, que a sensação de felicidade lhes parece estranha. As pessoas estão tão reprimidas, que a ternura espontânea as incomoda, e o amor lhes inspira desconfiança. Só mesmo Tu foste capaz de aceitar o desafio de provar o contrário, a provar a Ti, a Mim e aos restantes como se enfrentam duelos com Gigantes usando a mesma perícia e savoir faire com que se enfrenta uma aparentemente formiguinha.
Charles Chaplin foi um visionário ao escrivilhar isto a teu respeito, que mais parecia conhecer-te, mesmo sem nunca te ter conhecido: “Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve...
A vida é muita para ser tratada como um bem insignificante, portanto sorri!”.
A Ti que abraças os amigos com verdades e loucuras que nos aquecem a alma, Obrigada. ;)
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