24.2.09

Factor #3 (Sonhos)

Saem-me penas do colchão,
incomodado não consigo evitar pescar a ocasional que me toca incomodamente a epiderme como se de um enviado do raio que a parta se tratasse
perdido em pormenores como o percurso do dito invólucro de um qualquer animal que me serve de conforto em noites mais frias,
o Nova Scotia em fundo a preencher-me a musicalidade de uma noite em que admito
já me pesam os olhos
entendi que pode ser-se ao mesmo tempo estupida e imbecilmente egoísta e especial
isto porque o Mundo é efectivamente egoísta, com todas as pessoazinhas que sobre ele caminha e sim,
existirão sempre outras pessoas para catalogar tais imbecis como disse
especiais
sem que alguém lhes diga que a banalidade é feita de coisas assim, que a ausência de carácter é o maior pecado que um ser dito humano pode conter na essência a que se chama, por vezes desperdiçadamente de
alma
pondero quanto tempo sobrevive um sorriso,
quanto tempo demora uma lágrima a secar e sumir-se do seu traço,
coisas tremendamente banais e usuais em seres que somos
pondero porque não passo mais tempo a escrever que não na minha mente e porque guardo tantas mais coisas sem uma letra que seja exposta
respondo que o Mundo é egoísta e não tenho palavras que o mudem
amanhã acordarei para um Mundo pior e farei a minha parte,
não farei parte do pior
não enquanto souber sentir o que é
sonhar

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