Quando chegará o improvável dia em que deixaremos de cometer o erro de julgarmos os outros?
A dada altura desta existência ténue que chamo minha, deparei-me com o desafio de deixar de o fazer. Ou melhor, continuar a ceder ao ímpeto irresistível esse de Portuguesismo afincado que tenho de sim, julgar as pessoas por atitudes, por não fazerem pisca, por olharem para as mamas da miúda que me acompanha ou simplesmente por julgarem que porque naquele dia saí de ténis, calças de ganga e blusa de alças com o casaco do capuz sou por algum momento um qualquer desgraçado que deu à porta com a enxurrada.
Dizia a alguém que gosto de aviões mas que a vida e típicos dramas de crew que passam na galley FM me entediam de morte.
Para mim encontram-me nas páginas do The Times, The Economist ou num qualquer momento de pura renúncia em participar dos dramas de quem dormiu com quem e não quis saber. De quem deixou o namorado para ir para a cama com o senhor primeiro oficial que lhe faltam dois dentes mas consta que as três riscas na farda pagam melhor o crédito mal-parado que qualquer outra aposta que se faça.
Entediantes momentos e desafios que temos de superar num esforço titânico diário em que admito,
ignoro
para além dos bons hábitos que gosto de criar em pessoas que se me somem por entre os dedos como se algum dia destes tivesse acordado leproso - que dedos?? - acabei por tão bem como mencionei anteriormente dar-me ao trabalho de entender,
de uma capacidade de perdão do tamanho de um A340 e compreensão aos baldes, para dar e vender
se por momentos continuo a achar que não tenho jeito para boneco, espantalhinho ou ser simples e basicamente feito parvo, ao mesmo tempo creio que todos temos as nossas diferenças, medos, fantasmas e coisas parvas típicas de enfim,
gente
ao constatar que o tempo não passa disso mesmo, ao invés que tento compreendê-lo como um sem-número de oportunidades que o mesmo me dá para me melhorar, entender e progredir admito
certas coisas, certas pessoas e certas situações são permanentes
a estupidez não é uma doença, mas certamente que aparenta não ter até ao momento
cura
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