1.9.08

E(m)fim

Ontem morri mil vezes,
a planar sobre um qualquer lugar a pensar que a qualquer dia, um dia qualquer nunca mais ver
a minha casa, os rostos, sentir o calor
e os lugares que perdi de vista com as pessoas todas sugadas la para dentro algures sumidas quem sabe
para sempre
enquanto pousava mais uma vez o olhar em algo que ninguem nota se nem sequer no proprio olhar
deleitei-me com uma qualquer coisa que ja tivesse sucedido para estar a milhas de distancia, a fazer aquilo que tao bem faco como se profissional fosse
ignorar
nao ignorando.
as minhas manhas, o comecar do meu dia planeado em minutos
o tempo disponivel para o banho com a roupa ja de acordo com os ponteiros e eu fresco por vezes a sentir-me nem tanto, nada
a mala com tudo posto sem nada que lhe falte e a chave
algo para comer, rapidamente
os pensamentos postos sempre em qualquer outra coisa, nunca desligados e eu a ser levado com eles
arrastado
porta fora e para onde calhe ja nao importa
o Mundo tornou-se finalmente pequeno, conhecido como aquele tipo que encontramos frequentemente mas nao lhe conhecemos os segredos ou pormenores
gostava de um dia escrever como dantes mas perdi o tino,
saltei do barco para a agua e nadei ate a margem do lugar
qualquer lugar, qualquer que seja
no entretanto perdi fragmentos de mim, dizia-me a minha mae
tao British e eu de sobrancelha levantada e olhar agucado apontado a ela
com a razao toda a pairar sobre a eventualidade de ser verdade,
de talvez ter perdido algo e perdido sim,
talvez o muro esteja finalmente alto demais para ser transponivel

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