Esta manhã
o telemóvel de mansinho
ever since I saw you, I want to hold you like you were the one
e o corpo imediatamente puxado de um qualquer sonho
um lugar onde estava bem, talvez por momentos completo
queria ir para lá viver um dia, para lá morrer, para viver
cruzo milhares de olhares diariamente,
permaneço na companhia do meu
3h50 e o espelho a dizer-me
cansado
a antever anos pela frente, esperemos, mas afinal esperar pelo quê?
acordei um dia destes em que não me lembro e disse ao Mundo que tinha parado de esperar
que os sonhos trocados por eles mesmos trocados,
algo menos irreal, menos infantil
menos sonhos de miúdo, de coisas felizes e mágicas a deambular pela minha ténue e breve existência
não nos enganemos, é breve
ainda a semana acordei, também madrugada fora e pensei
27 anos
ainda lá bem longe num lugar que é só meu, pintado com todas as minhas cores
ninguém que devia entender percebeu
também sou de carne e osso e alma
muito mais alma que carne e osso
com todo o peso dos meus sonhos, das minhas ilusões, dos meus desejos e sim
dos meus medos
poucos esses, a prenderem-me à Terra
que serão os medos senão o que nos ancora à ténue existência?
aqui permanecemos, uns mais ancorados ao Mundo que outros, todos a caminho de algo que pertinentemente ignoramos
este sangue a correr pelas veias bem forte
faz-me cortar todas as amarras,
menos aquelas que me prendem aos meus sonhos
só aos sonhos
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