Ultimamente tem-me confrontado a ideia e palavras alheias de que ando
estranho, distante, diferente
etiquetas catalogantes de personalidade que se sente cada vez mais em fase de mudança e se por um lado aparentemente egoísta,
por outro lado que não tão sobejamente demonstrado, imensamente acessível para quem saiba procurar ou como procurar
aprazia-me ser capaz de explicar a pessoas porque não lhes respondo às mensagens no telefone, porque raramente lhes telefono se de todo, porque paira o meu nome no MSN e me esqueço dele Online dias a fio passando por criatura ignóbil e arrogante
que sou, entenda-se
estava indeciso entre apontar a parvoíce de algumas amigas de merda que tenho que saberão sempre procurar-me quando precisarem de algo ou de amigos que sabendo que me vou embora para os ver ainda menos do que já sucede, usam sempre as mesmas velhas, gastas desculpas para se excusarem a fazer algo
ainda estou à espera do grupo de amigos que se mete num carro comigo e vai almoçar a Itália
não hoje claro, mas uns dias depois
ou quem sabe simplesmente ir curtir a noite a Barcelona
assim e exaustivamente da inércia das minhas amizades que imensamente prezo em salas com sofás, televisores ligados ao canto e uma garrafa de whisky ou bacardi em cima da mesa
faz-me falta a parte do viver e de me sentir inspirado por pessoas que me superem em diversos aspectos constantemente
viver por ser surpreendido e para ser surpreendido, não é no fundo o que todos buscamos?
quantas vezes nos dispersámos da busca para cair no comodismo de dias previsíveis seguidos de programas de televisão e silêncios mais que ocos nas salas em que... vivemos
ou dizemos viver
não sou melhor que ninguém nem jamais terei a ambição de me comparar nesses parâmetros com quem quer que seja
a perspectiva de melhor e pior é uma redundância, uma relativização pessoal e mutável pois quantas pessoas supostamente piores que eu levaram a melhor em situações a fio
enquanto o suposto valor é sucessiva e injustamente ostracizado para dar lugar a coisas importantes
tipo o que oferecer pelo Natal, as vezes que se vai ao ginásio para ter melhor abdominal que o vizinho, o tipo que tem um descapotável ou o telemóvel de última geração
o que vive um estilo de vida cool como parte integrante do teatrinho que faz à vida sem que se encontre o fio condutor entre a sua personalidade e o que faz
o quer que seja
não sou menos falível que ninguém, menos isento de culpas e defeitos mas sou tão pouco dado a hipocrisias que prefiro a minha companhia à da casualidade
àquelas coisas mágicas e teatrais a que se chamam vidas sem que lhes encontre qualquer semelhança
entre ficção
e realidade.
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