...so don't you mess around with me!
Menos preocupado,
diz que li no outro dia em diário erudito pleno de cultura anglo-saxónica que envelhecer - com estilo - é este não querer saber
ser jovem é ser demasiado self-conscient que pensará esta e este, aquele e o outro,
que poderei eu fazer para me tornar mais aprazível, mais cool e melhor que o meu semelhante
que rasgo de cultura generalista poderei eu roubar para me fazer tornar único sem reparar que pessoas são detalhes, pessoas são aura e sensações, pessoas são sorrisos e pessoas são seres que nos colocam a pensar em patamares que nos deixam horas a fio de olhos pregados ao tecto quando convenhamos,
deveríamos estar numa qualquer Terra dos Sonhos
e estamos,
se a mediocridade nos regra,
agarrados a coisas tão parvas que nem me ocorre escrevê-las para não ofender um Mundo quase inteiro,
porque motivo nos achamos melhores, especiais, semi-deuses entre meros humanos?
Como tal adoro promover sem desdém os meus defeitos,
do ser cáustico e sarcástico que vive em mim, os maus humores e o que define aquilo que sou em cada dia que piso este Mundo
que não vos faça moça, que se fodam
garanto e assumo,
não me importa minimamente o quer que pensem de mim, garanto-vos sem vos enforcar por isso,
sem vos rasgar em pedaços apontando às fraquezas, às inseguranças, às falsas aparências e sem vos demover da felicidade porque admiravelmente a defendo,
porque no fundo quero que todas as cabras sejam felizes, que todos os imbecis sejam felizes, que até os e as hipócritas que vivem nas proximidades daquilo a que chamo um bairro de vizinhança pacífica se deleitem na felicidade, aparente ou não, que defendem ter
não escrevo amargurado, invejoso ou infeliz,
garanto que não,
de todos os defeitos, não consta o de ausência de justiça, este que defendo maior que praticamente qualquer outro
aos que me apelidam de mau feitio
digo-vos apenas que não se trata de carácter malévolo mas de pura, boa ou má,
justiça
afinal envelhecer é esquecer o que os outros julgam, o que lhes importa, em que inseguranças se baseiam para nos julgar. Envelhecer é um bem comum do qual devemos aproveitar cada pedaço nosso e torná-lo melhor. É oportunidade, é lugar e é gente. São escolhas. É usar o tempo para o que importa e acima de tudo nunca o usar para o que é supérfluo - e para quem o é!
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