3.4.09

World

O Mundo é deveras fascinante
não que tenha dado por isso agora enquanto quase completo uma directa de um longo e preenchidíssimo dia mas nunca é demais lembrar que sim
é fascinante
com os seus peculiares seres
Acordado ainda era noite, chegado a mais um dia de trabalho ainda noite, iniciado mais um vôo e ainda era noite até que na subida me viro para o João e digo
finalmente o nascer do Sol e já não era sem tempo
como se fôra o tempo tudo
entre esse nascer do meu dia e o morrer do mesmo já me passaram dezenas de conversas e centenas de olhares, milhares de passos, cheiros e detalhes que captei
um acordar em Londres com paragem no Sul de Espanha com regresso a Londres para largar a farda e refrescar para sair de seguida para o Sul de Inglaterra até Brighton onde convenhamos entre gaivotas que pairavam à beira da varanda assisti
ao pôr-do-sol
enquanto julgava todas estas coisas simples quase só minhas, por óptima que a companhia fôsse, julgava também as voltas que a vida dá
a pessoa aparentemente cruel que não sou, tótó que efectivamente nunca serei e a inevitável incompreensão a que são dadas certas pessoas no fascinante Mundo dos fascinantes seres
nesta aparente inacessibilidade que deixa tanta gente em mar alto como se corressem risco de naufragar numa costa de mau feitio perde-se afinal tudo e perco eu a vontade de me dar mais ou de sequer fingir que quero saber
sem queixas e sem humanos desesperos, satisfeito com as opções correctas que nos possam reger a todos sendo que a nossa vida é apenas uma questão de (nossa) perspectiva
haverão sempre coisas que ficarão por dizer e ouvir, coisas que ficarão por sentir e saborear, lugares que ficarão virgens da nossa presença
como haverão sempre lugares e pessoas mágicas,
liberdades e escolhas que são e serão só nossas,
como existirá sempre
o nascer e o pôr do Sol

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