16.11.10

Remendos Mil

Podemos curar muita coisa,
facilmente fazer sorrir o rosto mais fechado,
pousar a mão na de outrém e curar-lhe a ansiedade, o coração e as expectativas feridas,
podemos beijar-lhes os olhos e curar-lhes a solidão,
lembrarmo-nos deles e em pequenas coisas curar-lhes os dias frios e vazios
podemos curar muita coisa com o sorrir que nos vai dentro,
com uma luz,
essa força nossa em optimizar coisas,
não podemos,
enfim,
curar tudo e todos
coisas há a que as pessoas se agarram,
inseguranças suas que projectam nos outros
contra os outros
que nos consomem, consomem a elas e a tudo o que as rodeia,
julgo não errar quando digo que a insegurança é o cancro da felicidade,
voraz e impiedosa destrói tudo à sua passagem,
ignorando vozes, memórias, frases, até a luz do coração dos outros
segue imparável um caminho que julgo e juro,
só poderá terminar num qualquer abismo
podemos curar muita coisa,
antes de nos lançarmos à conquista temos de dominar os nossos medos,
pisar as nossas inseguranças e acreditar que só na melhor das chances, no melhor da nossa versão de nós mesmos seremos assim capazes de ser felizes,
para mais tarde pensar em fazer alguém feliz
atalhar portanto assim ao coração alheio não mais é que lhe atentar,
destruir sem remédio aquilo que se constrói com esforço e tempo,
aquilo que fica irremediavelmente irremendável

boa noite..

1 comentário:

Carla disse...

Bem verdade o que escreveste.

Gostei de te ver. :)