24.11.10

"Incurably Himself"

À ficção reconheço menos lacunas
confortavelmente ignoradas pelo autor,
destinado a deixar de parte quaisquer pontos entediantes que possam condenar ao pó e esquecimento
facto,
a realidade do quotidiano é afectada, está afectada
não sei se lhe chame doente,
tantas as horas que esquecemos o que é importante,
de que é feita efectivamente a existência,
enquanto preocupados com o que passa na TV, no conforto dos nossos sofás a desfrutar da vida,
como se viver fosse efectivamente assim,
por momentos,
um qualquer lugar parado onde nos tenhamos esquecido de viver, sentir, pensar, experienciar
dias há em que acordo fora de foco,
mas não esquecido
não desconectado do que me importa e do que me faz ser
eu
há no Mundo quem esqueça que coisas têm consequências,
as faladas, feitas,
como se nada importasse e tudo valesse a pena colocar na linha
assim vou de acordo ao dito

"Se um dia conheceres alguém solitário não é porque lhes dê gosto ser assim. É porque tentaram por demais vezes integrar-se no Mundo e este continua a desapontá-los."


a desilusão não nasce na forma,
mas na quase certeza de que está para acontecer como inevitavelmente acontece,
de que a previsibilidade se tenha quase tornado um factor comum nas pessoas e na forma como lidam umas com as outras,
tão certas de terem todas as cartas na mão,
as respostas na ponta da língua,
o susposto controlo de uma qualquer situação
a quem quer que viva dessas ilusões,
lamento
o Tango continua...

1 comentário:

Anónimo disse...

let´s dance....
smood...
http://www.youtube.com/watch?v=t-uAP-AWKV4
Kisses
Brx