22.5.08

No Ceu

Lugar onde sou ninguem
deixando de parte os olhares vazios que contemplam quem nao sou por momentos tao breves quanto os que parecem memorias de um simples suspiro
as coisas que se guardam na mente, as que se guardam no coracao
ao esbater estes pensamentos na parede, ela branca e eu cinzento, as arvores la fora ja perderam a cor e o ceu parece-me palido a convidar a pairar um momento nos seus proprios pensamentos como se de alguem se tratasse
que nao trata
de alguma forma achamos que nos pertence
sempre nosso, azul ou cinzento, a influenciar o nosso humor e condicionar os nossos dias, testemunha de todas as nossas vivencias e das dos outros
nao e dos outros, e nosso apenas
pois foi debaixo dele que nascemos, crescemos, sonhamos, amamos e inevitavelmente morreremos
tal como o mar, a brisa, a geada que nos gela as costas em determinadas noites e os sons que parecem trazidos pelo espaco apenas para nos os ouvirmos
eu aqui
neste pedaco de terra que poderia ter um qualquer outro nome, apenas terra, chao, ar em volta, verde em redor e a brisa, o ceu, todos eles minhas testemunhas
das minhas vivencias
dos meus sonhos, dos meus dias e noites com estrelas mil a lembrar-me o quao pequeno sou, por momentos
por momentos eu aqui, apenas momentos
a medida que o dia se arrasta para o proximo sem que me de um descanso, uma pausa
presumiria ser assim feliz com a brisa fria que me beija ao de leve a pele
presumiria eu mil coisas
nao fora faltar como sempre falta
algo mais

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