Sabes não é que me tenha esquecido,
numa completa e tremenda oclusão daquilo que é a nossa mente,
o fervilhar
que habita cá dentro
não é que tenha passado a gostar menos de debitar,
deambular entre termos e palavras, dar corpo à energia que percorre o nosso Ser
é que no decorrer dos dias, a vida acontece
quantas vezes o despertar a meio da noite e elaboro um parágrafo
nada mais
nada que defina o momento em si que estou a viver mas outro,
prosa, rima, o quer que naquele momento me assista,
defina
Ter estes pequenos mimos de letras feitos, um graffiti só Meu que perdura o tempo que perdurar, lido por quem, acidentalmente o ler mas certo,
um testemunho aos que a mim ligados poderão, ainda que por momentos apenas
vaguear pela minha mente assim, desnuda
honesta
sempre honesta
acredito enfim e piamente que também escrever é como uma ginástica,
esta mental e sentida,
quando não praticada frequentemente, enguiça
prova disso todo este texto
Mas se efectivamente fomos e continuamos a Ser,
sem disso esquecer,
então aquilo que pensamos e dizemos não têm atalhos, desvios
nem poderão portanto tê-lo aquilo que sim,
escrevemos
E com isto talvez não, talvez não saiba Ainda voltar a escrever. Os regressos são sempre feitos ao ritmo daquilo que nos permitimos fazer.
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