5.1.10

Chegadas - Partidas

Já chegaram algum dia ao lugar,
aquele que
sem motivo nem causa aparente que não o tempo que passou e os ventos que nos cortaram a pele,
não encontram em outrém mais a centalha de vida e paixão que um dia lhes reconheceram vividamente?
Já chegaram algum dia ao lugar,
em que por não vossa escolha decidiram simplesmente abandonar a passo comedido o lugar onde saborearam por um breve piscar de olhos a felicidade que dá nome à palavra?
E vós, que mergulham em palavras,
já chegaram ao lugar onde a vida deu a volta sobre si mesma?
Deixar estes invólucros de pele, de cabelo, osso e presume-se, polvilhado de alma e ser maior que a vida é uma missão sem medalhas. Sem aplausos, sem reconhecimentos heróicos. É apenas feita das escolhas mais justas. Das atitudes mais silenciosas e comedidas, mas as mais eficazes. As que menos magoam os outros e mais nos consomem a nós. As que enchem os dias de ecos e não do riso e conversas de amigos, da casa cheia e de uma vida imersa em coisas boas.
Nem sempre é assim e que assim seja.
Ainda que os filmes nos ensinem uma versão melhorada de determinados pontos da vida - que ser-se justo e bom nos traz felicidade, amigos, famílias gigantescas a almoçar debaixo de uma oliveira, amor e carinho aos baldes - a realidade tende a não se ajustar propriamente a essa versão arco-irista.
Tende portanto a vida a ser assim,
chegada a lugares em que muda o tempo e mudamos nós,
em que largamos lugares e pessoas para nunca mais voltar a ver, pensar, sonhar, lembrar, falar de e rir de. Com. Não mais.
Apenas porque existem na vida chegadas a lugares, como partidas de lugares
na curta viragem que é cada um deles importa sem dúvida o que se encontra no meio
a viagem

3 comentários:

maybe disse...

I'm appreciate your writing skill.Please keep on working hard.^^

Blackteam disse...

Bem, eu nem sei dizer o que senti ao ler este teu último post, vê- se que escreves com gosto, mas não com um limite, ao contrário do que se diz, para ti, o céu não é o limite, continua.

Eye of the Storm disse...

Por isso existe aquela cançao:
"poruqe eu so quero ir onde nao vou, porque eu so quero estar onde nao estou"...
Considero que nós humanos nunca deixamos de ser nómadas. mesmo que não o sejamos fisicamente, nosso espirito e alma necessita de o ser.
A nossa felicidade nunca é completa, vai se conquistando de forma fragmentada... hoje chegamos a uma meta, que nos ajuda a ser feliz...mas...se conseguissemos alcançar aquele objectivo conseguiria sentir me mais realizado, entao prosseguimos viagem até alcançarmos o dito objectivo. contudo, há "aquele" sonho maravilhoso que nos completaria, assim continuamos viagem ate alcançarmos o sonho...
mas cada um tenho um itinerario difernte pa chegar a sua felicidade por isso , muitas vezes nos separamos de pessoas amadas, abdicamos de momentos comuns...por vezes somos egoistas por seguirmos sozinhos, deixando outros pa tras...outras vezes como prova de amor seguimos sozinhos dando liberdade de escolha a quem so desejamos o mehor do mundo

Eye of the Storm