29.11.09

Nada (ou nado eu)

Juro que tinha algo para escrever,
a meio de uma tal de garrafa de Chileno que poisara na mesa da minha mais recente sala
segundos antes de ouvir cair a chuva no vidro do tecto que faz entrar luz nesta casa Londrina ou sub-londrina
as you will
diria eu que sem coisas deprimentes para escrever (desculpa querida, não fiquei simplesmente indiferente) estava em crer que sim
um dia escreveria toda a verdade com todos os nomes e todos os pontos nos i's
que admitiria não entender, não perceber
os refúgios em que se colocam certas pessoas que admito, gostava e não esqueci
tanto que gosto mesmo sem saber de ti
e no meio destas coisas tantas que aconteceram entre 365 dias ou mais que se revolveram entre uma tshirt e um casaco num dia gélido e as conversas de chacha que foram ditas e admito que nunca to disse mas sim,
porra que gostava mesmo de ti

e agora se por outrém enfatuada que te dê algo mais, melhor
eu feliz
não estou em crer que todas as pessoas sejam a pessoa certa para outra pessoa
longe de mim presumir com todas as limitações que a condição humana me impõe,
desde as vontades ao coração, da alma instável ao toque da minha mão
e não,
talvez nunca fosse nem tivesse sido mas entende,
na alma só existe uma côr e um sentido, uma vibração
ausente dessas parvoíces que se prendem com as whiskas saquetas que toda a mediocridade te fará convencida de que são o cerne que importa
la créme de la créme
mas não são,
quanto a mim desisti de levar os dias à espera de uma surpresa,
de um texto dirigido a mim, de uma carta, de um telefonema ou do quer que fosse que me prendesse a algo que talvez apenas miragem,
não desisti, apenas me desprendi, soltei por bem dizer não que estivesse acorrentado mas convenhamos
quanto tempo se deve enfim na vida perder em busca de algo que não nos diz afinal
nada?

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