Palavras,
palavra que apenas palavras, sem actos que as acompanhem pela força que têm, que nos suplanta, que nos supera em tudo
a nós não, a vós
a mim por vezes, ao ritmo a que meço palavras que são apenas minhas de coisas que fiz, ruas que percorri e olhares que deixei suspensos no ar permanecendo à minha passagem
insignificante
coisas com que alimento a alma, saborosas melodias que me deixam sentir que estou vivo enquanto o Mundo pretende que esteja ausente,
morto
a nossa existência é feita de pessoas e lugares
as primeiras testemunham a nossa peculiar passagem, os segundos albergam-nos os pensamentos e os sonhos que num qualquer dia cinzento o vento levará
eu ao volante no final de tarde e pensar
um dia morrerei aqui,
ao passo que talvez já sumido para outras vidas, outras existências enfim,
outras histórias
a pensar nos lugares onde os pés enterraram na areia, nas conversas que a areia testemunhou e nas palavras que o vento, esse a soprar forte, levou
todos os dias se esgotam, como uma alusão à nossa vida
as mentes brilhantes e os corações cintilantes deste Planeta talvez o tenham já entendido e depreendido que não, não há tempo a perder em coisas grandes
apenas em coisas pequenas, em minimalismos existênciais, em pequenezas da alma e do sentir
só e unicamente assim poderemos alguma vez dizer que sim,
fomos felizes
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