26.12.11

Natal, Parte 30

Outro Passado,
uma minimização quasi-racionalizada de embrulhos, fitas
operação de última hora nas luzes
admito
o famigerado Espírito ausente,
leve, não fora ter sido trazido momentaneamente
ao sair à rua umas poucas noites após anoitecer me recordei de como era
quando miúdo
as pessoas não mudam
mas mudam,
ligeira e eficazmente, se o Mundo as faz mais duras de casca,
se por grande e longa parte dos dias lhes faz esquecer de pequenos gestos,
reminiscências
de mão dada a ver o pôr-do-Sol, cabeça no ombro a meio de um filme, sei lá
coisas simples a que sou dado e me perduram até que a mente se esgote
busco estas coisas das quais acabo inevitavelmente por escapar,
planeada e atempadamente,
eludo as autoridades, engodo tudo e todos, a mim incluído
e recluso, abstenho-me novamente de me misturar, de me colocar como digo
a jeito
é bom não ter já de escrever para ninguém,
sem muro de lamentações digital, sem pensar em quem pode ou poderá ler se alguém
é esta sensação amena, feita dia de Outono
que me embala as noites, sem que efectivamente morra de esperanças nem me mate de desgostos
é Natal, foi
e nisto continuo a achar que falta às pessoas muito amor, muita paz, consideração
no lugar disso podemos "tagar" um pai natal do chinês digital com os nomes de todos os nossos amigos e "amigos", uma vez ao ano
o Mundo digital é o estupidificar das coisas e o Sol já se pôs,
continuo a buscar as minhas coisas,
simples

It's not like I'm completely absent of any kind of social emotion. It's just that most of the time - and I do mean MOST - I can't even start to be bothered!

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