Deleito-me com a loucura momentânea que me toma, incerto do tempo que levará a tomar-me de vez, sem que seja uma pontual visitante mas sim a casa que me abriga.
As músicas preenchem estes espaços, vês?
Rolling Stones entoam "Wild Horses" como se de ecos fosse feito todo o espaço à minha volta e a escuridão de um Domingo à noite me arrastasse numa melancolia redonda, redonda, que por mais voltas que lhe dê não encontro saída.
Á distância de uma palavra. Como se de apenas uma palavra um Mundo precisasse para se render à evidência de algo maior que talvez seja apenas ilusão - não vivemos todos tempos de ilusões?
Quem tem enfim o poder de me arrastar para onde quer que seja?
A loucura, essa que não é ninguém a não ser a tal pontual visita que abriga, não é ninguém. Pontual visita, mas ninguém. Sem rosto, sem mão, sem palavras nem coração.
Mera distracção.

Não sei se me resta tempo mais que este. Que hoje. Que amanhã ao acordar com todos os planos que tenho me atire para uma fuga incessante, inalcançável e indomável ser que se presta a tanta coisa mas que sofre tanto com a ausência de coisas tão simples.
Wild horses couldn't drag me away
Já vi tanta coisa acontecer, navegando por vezes de luzes apagadas nas noites onde o mais bréu negro se abateu sobre o navio que, por vezes nem sei para onde a bússula aponta.
Por vezes navegando de encontro aos recifes a larga vela, na esperança que de encontro à escuridão se consiga finalmente fazer luz.
Nunca acontece.
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