nunca serás tão bela quanto hoje
nem tão jovem,
termos indissociáveis no nosso imaginário,
de seres tão fortemente atormentados ora por coisas maiores que nós,
ora por miudezas
tão extremos, nós
nas nossas paixões, nas nossas perdas, nas nossas lutas constantes para chegar a outro lugar
seremos os mesmos quando lá chegaremos,
nunca iguais quando partirmos
tomara ser igual,
sem tomar, que minto ou melhor dizendo
(omito
se omitir é a mentira dos cavalheiros,
excessivamente preocupados com o conforto e expectativas alheias em,
digamos
não as defraudar)
e sim senhor,
o Mundo é uma mera poeira, um grão de pó num lugar maior que a mais larga praia que conheçamos
sem nunca esquecer aquele dia,
junto ao mar e o meu Pai
há mais estrelas na galáxia que grãos de areia em todas as praias do Mundo
e o conceito a revolver na minha mente,
de tão pequenos,
a revolver
hoje deparei com o conceito que me dá nome,
loner
como se encaixássemos todos assim, peças quadradas em espaços quadrados,
previsíveis, delineados, torneados ao detalhe
como se não passássemos tantas vezes as fronteiras do que somos e de conceitos
pobre de quem
(digo Quem, senhor)
nunca ousou fazê-lo,
pobre de
(senhor)
quem não o faz constantemente
(ouso dizer, cavalheirescamente, excessivamente obstinado)
não viverá?
vive, sem que conste (ouso)
a mim defraudar as expectativas alheias de cada um, senhor
ou omitir,
pois vive
nunca serás tão bela quanto hoje